Toulouse, 1217. O Papa Honório III tinha aprovado a Ordem dos Pregadores. Domingos, regressa a Toulouse. Domingos decide dispersar os dezasseis frades que tinha com ele. Estes não compreendem esta atitude. São Domingos explica: "Deixem-me trabalhar; sei bem o que faço. O trigo junto apodrece; espalhado, frutifica". Esta dispersão aconteceu no dia 15 de Agosto, dia que ficou conhecido como o Pentecostes dominicano.
O CONCÍLIO DE TOULOUSE PROIBIU A BÍBLIA?
I - A MENTIRA
“Em 1229, o Concílio de Toulouse (França), o mesmo que criou a diabólica Inquisição, determinou: ‘Proibimos aos leigos de possuírem o Velho e o Novo Testamento…Proibimos ainda mais severamente que estes livros sejam possuídos no vernáculo popular. As casas mais humildes lugares de esconderijo, e mesmo os retiros subterrâneos de homens condenados por possuírem as Escrituras devem ser inteiramente destruídos. Tais homens devem ser perseguidos e caçados nas florestas e cavernas, e qualquer que os abrigar será severamente punido.’ (Concil. Tolosanum, Papa Gregório IX, Anno Chr. 1229, Canons 14:2). Foi este mesmo Concílio que decretou a Cruzada contra os albigeneses. Em ‘Act of Inquisition, Philip Van Limborch, History of Inquisition, cap. 8’, temos a seguinte declaração conciliar: ‘Essa peste (a Bíblia) assumiu tal extensão, que algumas pessoas indicaram sacerdotes por si próprias, e mesmo alguns evangélicos que distorcem e destruíram a verdade do evangelho e fizeram um evangelhos para os seus próprios propósitos…eles sabem que a explanação da Bíblia é absolutamente proibida aos membros leigos’.”
II - ONDE SE ENCONTRA A MENTIRA:
2. CALDEIRÃO DE CERIDWEN - Bruxaria Tradicional
3. WHAT DO YOU BELIEVE - Caça às Bruxas
Neste outro link, os bruxos copiaram a mentira dos evangélicos:
III - A VERDADE HISTÓRICA E DOCUMENTAL
Pura fantasia, as fontes citadas para este embuste. Seu autor sequer sabe escrever, pois escreve “albigeneses”, ao invés de ‘albigenses’, e “fizeram um evangelhos”, ao invés de ‘fizeram um evangelho’.
É falsa a acusação de que a Igreja proibiu aos católicos a leitura da Bíblia após o Concílio de Toulouse, no século 13. Nessa época, dois séculos antes da invenção da Imprensa por Gutemberg, ninguém tinha Bíblia em casa, porque poucas pessoas sabiam ler e escrever. O evangelho era pregado na forma áudio visual, como no tempo dos apóstolos. Os textos da Bíblia eram ilustrados nas imagens das igrejas. Só a Catedral de Chartres, na França, tinha cerca de sete mil cenas bíblicas do Antigo e do Novo Testamento.
Quem quisesse possuir uma Bíblia precisava encomendar o trabalho a um escritor especializado, para escrevê-la à mão, o que demorava alguns anos e ficava muito caro. Para adquirir uma Bíblia pagava-se o valor de duas fazendas e um rebanho de ovelhas. Logo a mentira protestante é descabida, vergonhosa, hilária e anti-histórica.
O que a Igreja condenou naquele concílio, foram os ensinamentos orais e heréticos de uma seita cátara, oriunda da própria Igreja Católica. Não existiam “evangélicos” como menciona o embusteiro articulista, e muito menos Bíblias impressas para que se proibisse o povo de lê-las.
Sempre foi missão incansável da Igreja, levar o evangelho a todas as criaturas. Para se ter uma idéia, no século IX, quando os primeiros missionários católicos chegaram aos países russos, descobriram que eles não tinham nem sequer um alfabeto, e muito menos livros escritos. São Cirilo e São Metódio, então, inventaram o alfabeto na língua russa só para melhor ensinar os evangelhos. Em 885, São Metódio traduziu a Bíblia inteira neste idioma. (The Catholic Encyclopedia, Volume XV Copyright © 1912) e (Warren H. Carroll, The Building of Christendom (Christendom College Press, 1987) pp. 359, 371, 385).
Só em 1454, surgiu A PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA: Um católico chamado Gutenberg causou grande excitação quando no outono daquele ano exibiu uma amostra na feira do comércio de Frankfurt. Gutenberg rapidamente vendeu todas as 180 cópias da Bíblia da Vulgata latina até mesmo antes da impressão estar acabada. (The Bible Through the Ages © 1996, Readers Digest Association, New York).
Para o estrebucho protestante, já em 1466, a Igreja Católica deu à Alemanha, a PRIMEIRA BÍBLIA IMPRESSA EM ALEMÃO: Isto foi cinqüenta oito anos antes de Lutero fazer sua Bíblia alemã em 1524. Nestes cinqüenta e oito anos os católicos imprimiram 30 diferentes edições alemãs da Bíblia. (Holman Bible Dictionary © 1991).
E além do mais, a aparição do camponês Hans Luther, pai de Lutero em Erfurt na ordenação do filho revela uma informação preciosa: a de que o povo humilde conhecia a Bíblia! Pois Hans diz ao filho rebelde: “Por acaso não leste na Escritura que o quarto mandamento manda honrar os pais?” . O historiador Köstlin é mais explícito, revelando o que disse o pai de Lutero no almoço que se seguiu à ordenação: “Learned brothers, have you not READ in Holy Writ, that a man must honour father and mother? “. (Köstlin, Julius, Life of Luther, Longmans, Green, and Co, United Kingdom, 1883, pág. 54).
A Igreja nunca proibiu a leitura da Bíblia. Não sou eu apenas que o afirmo, MAS DIVERSOS AUTORES PROTESTANTES de língua inglesa e Lutero, que eu citarei devidamente traduzido:
“O Catolicismo Romano tem um alto respeito pelas Escrituras vendo nelas uma fonte de conhecimento… De fato, o ensinamento oficial da Igreja Católica acerca da inerrância e inspiração das Escrituras satisfariam o mais rigoroso dos fundamentalista protestante.” (Robert McAfee Brown, The Spirit of Protestantism, Oxford: Oxford Univ. Press, 1961, pp. 172-173).
“Nunca houve um tempo na História da Igreja ocidental durante a Idade “Média”, ou das “Trevas”, em que as Escrituras foram oficialmente degradadas. Ao contrário, elas eram consideradas infalíveis e inerrantes, e mantidas na mais alta honra.” (Peter Toon, Protestants and Catholics, Ann Arbor, MI: Servant Books, 1983, p. 39).
Veja que o próprio Lutero dizia que havia traduções católicas nas línguas de cada nação.
“... foi um efeito do poder de Deus que o papado preservou, em primeiro lugar, o santo batismo; em segundo, o texto dos Santos Evangelhos, que era costume ler no púlpito na língua vernácula de cada nação…” (De Missa privata, ed by Jensen, VI, Pg 92).
Enfim, foi no ano 405 que a Igreja Católica nos deu A PRIMEIRA TRADUÇÃO DA BÍBLIA COMPLETA NA LINGUAGEM COMUM: A Vulgata latina, de latim editio vulgata: “versão comum”, a Bíblia é ainda usada pela Igreja Católica Apostólica Romana. Foi traduzida por S. Jerônimo (a quem os tradutores da protestante “versão King James” de 1611, em seu prefácio o chamaram de “o pai mais instruído, e o melhor linguista de sua época ou de qualquer antes dele”). (Encyclopedia Britannica © 1999-2000).
Logo a Igreja nunca proibiu as Escrituras, nem a sua correta tradução e difusão.
Os protestantes precisam combinar melhor as mentiras que andam espalhando, pois os próprios protestantes mais sérios as desmascaram facilmente.
Veja, agora, uma norma católica de 1480, anterior à Revolta protestante, que por si só, seria suficiente para encerrar a questão:
“Todos os cristãos devem ler a Bíblia com piedade e reverência, rezando para que o Espírito Santo, que inspirou as Escrituras, capacite-os a entendê-las… Os que puderem devem fazer uso da versão latina de São Jerônimo; mas os que não puderem e as pessoas simples, leigos ou do clero…devem ler a versão alemã de que agora se dispõe, e, assim, armarem-se contra o inimigo de nossa salvação” (The publisher of the Cologne Bible [1480] ).
DESMASCARANDO A “DIABÓLICA INQUISIÇÃO” CITADA
PELO ARTICULISTA PROTESTANTE:
O historiador Daniel Roups, é categórico nos seus registros: ”Foram numerosos os cânones dos concílios que, excomungando os hereges e proibindo os cristãos de lhes darem asilo, não admitiam que se utilizassem contra eles a pena de morte. Deviam bastar as penas espirituais ou, quando muito, as penas temporais moderadas”. (Daniel-Rops, História da Igreja de Cristo, vol. III, Quadrante, pp. 605-606).
Outro historiador, o protestante, Henry Charles Léa, cita 47 bulas, nas quais a Santa Sé continuamente insiste na jurisprudência que deve se observar nos tribunais eclesiásticos católicos. Alertam para não cair na violência e injustiças freqüentes dos juízes leigos. Basta folhear a monumental obra do próprio Léa, para convencer-se que na realidade os hereges foram perseguidos e condenados mais pelos detentores do poder civil e pelos protestantes do que pelo tribunal católico. (Henry Charles Léa, A History of the inquisition of the Middle Ages, 3 vols. Nova Yorque, Happer, 1888, principalmente vol. I, pp. 137ss; tradução de Salomon Reinach, Historie de L’Inquisition au Moyen-Áge. Ouvrage traduit sur l’exemplaire revu et corrigé de l’auter, 3 vols., Paris, 1900-2 vol. 3).
E para o articulista que tentava confundir estes hereges como “evangélicos”, (que nunca foram, pois a mãe de Lutero sequer nascido havia.) é bom avisá-lo que esses desafiadores do Papado, em 1229, eram os maus católicos Albigenses, que criam em dois “deuses”, um bom e um mal (satã); rejeitavam todos os sacramentos; declaravam ser pecado casar; eram sexualmente permissivos; diziam que a gravidez deveria ser evitada e encorajavam o aborto. Portanto uma seita demoníaca que ameaçava o cristianismo (Enciclopédia Microsoft Encarta). Nos estados teocráticos da Bíblia, os profetas e líderes de Deus, sempre se levantaram contra as ameaças dos heresiarcas, assim começaram a fazer pacificamente os cristãos enviados pelos Papas, que só entraram em conflito com os hereges, depois da missão pacífica ter fracassado. Isso alheios aos desejos dos Papas, que como vimos acima, no registro histórico, “não admitiam que se utilizassem contra eles a pena de morte”. Inquisição, quer dizer “inquirir”, “indagar”. E não ‘matar pessoas’, como querem os protestantes. O contrário é lenda.
Rino Camillieri, autor do livro La Vera Storia dell Inquisizione, ed. PIemme, Casale Monferrato, 2.001, afirma que”em 50.000 processos inquisitoriais uma ínfima parte levaram à condenação, e dessas só uma pequena minoria produziu efetivamente execuções” (pág.17). Diz ainda esse autor que, ”na principal cidade medieval –centro da heresia cátara– , em um século, houve apenas 1% de sentenças à morte.” (pág. 36), isso sem o aval do Papa.
MENTIRA TEM PERNAS CURTAS, A VERDADE TEM ASAS
O historiador Agostino Borromeu, reunindo a impressa internacional, afirmou recentemente em seu livro “Atas do Simpósio Internacional, A Inquisição”, que: pelo lado católico, não chegou a 100 os mortos, (…) muitas vezes bonecos eram queimados para representar aqueles que foram condenados à revelia”. Ainda segundo seu relatório, no auge da Inquisição a Alemanha protestante, matou mais bruxas e bruxos que em qualquer outro lugar, cerca de 25 mil (BBC Londres 16/06/04), (Agência Zenit, 20/06/04 1:17 PM).
A Santa Igreja pediu perdão pela desobediência ao Papa, de alguns filhos seus. Quando o protestantismo dobrará os joelhos???
Está desmascarado mais um embuste protestante que empesta levianamente a internet.
Autor: Fernando Nascimento.
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