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terça-feira, 26 de setembro de 2017

GENEALOGIA - JESUS, SEUS AVÓS E SUA GENEALOGIA - 43.º DESCENDENTE DE DAVI

DAVI É O TRI TETRACONTA AVÔ DE JESUS, OU SEJA, JESUS É 43.º DESCENDENTE DE DAVI


Arlindo Fideles pegunta: Isso quer dizer que os pais de Maria ( Joaquim e Ana), são seus avós?



RESPOSTA:



JESUS É O 43.º DESCENDENTE DE DAVI, POR ISSO, ELE TEVE MÃE, AVÓS, BISAVÓS, TRISAVÓS, TETRA AVÓS, PENTA AVÓS, HEXA AVÓS, HEPTA AVÓS... TETRACONTA AVÓS, BI TETRACONTA AVÓS E, FINALMENTE, TRI TETRATACONTA AVÓS.


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Em Lucas 3, 23 Jesus aparece como filho de Maria; filha de Joaquim (Heli, Heliaquim, Joaquim); filho de Matat;
24: Matat, filho de Levi, filho de Melqui, filho de Jané; filho de José;
25: José, filho de Matatias, filho de Amós, filho de Naum, filho de Hesli, filho de Nagé;
26: Nagé, filho de Maat, filho de Matatias, filho de Semei, filho de José, filho de Judá;
27: Judá, filho de Joanã, filho de Resa, filho de Zorobabel, filho de Salatiel, filho de Neri;
28: Neri, filho de Melqui, filho de Adi, filho de Cosã, filho de Elmadão, filho de Her;
29: Her, filho de Jesus, filho de Eliezer, filho de Jorim, filho de Matat, filho de Levi;
30: Levi, filho de Simeão, filho de Judá, filho de José, filho de Jonão, filho de Eliacim;
31: Eliacim, filho de Meléia, filho de Mena, filho de Matata, filho de Natã, filho de Davi.


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RESUMO EM ORDEM NUMÉRICA:

1.º - DAVI;
2
.º - NATÃ; 
3.º - MATATA; 
4.º - MENA; 
5.º - MELEIA; 
6.º - ELIACIM; 
7.º - JONÃO; 
8.º - JOSÉ; 
9.º - JUDÁ; 
10.º - SIMEÃO; 
11.º - LEVI; 
12.º - MATAT;
13.º - JORIM; 
14.º - ELIEZER; 
15.º - JESUS; 
16.º - HER; 
17.º - HELMADÃO;

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18.º - COSÃ; 
19.º - ADI; 
20.º - MELQUI; 
21.º - NERI; 
22.º - SALATIEL; 
23.º - ZOROBABEL, 
24.º - RESA; 
25.º - JOANÃ; 
16.º - JUDÃ; 
27.º - JOSÉ; 
18.º - SEMEI;
 

29
.º - MATATIAS,
30.º - MAAT; 
31.º - NAGÉ; 
32.º - HESLI, 
33.º - NAUM; 
34.º - AMÓS; 
35.º - MATATIAS, 
36.º - JOSÉ;  
37.º - JANÉ; 
38.º - MELQUI; 
39.º - LEVI; 
40.º - MATAT; 
41.º - JOAQUIM (HELI, HELIAQUIM, JOAQUIM); 
42.º - MARIA; 
43.º - JESUS.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

CAMPANHA DA BENETTON EM FOTOMONTAGEM MOSTRA BENTO XVI BEIJANDO O IMÃ SUNITO DO CAIRO

Fotomontagem de beijo é falta de respeito a Bento XVI, diz Vaticano

Campanha da Benetton tem foto do Papa 'beijando' o imã sunita do Cairo.
Santa Sé afirmou que vai recorrer às autoridades por causa do anúncio.A nova campanha publicitária da Benetton, na qual uma fotomontagem mostra o Papa Bento VXI "beijando" na boca o imã da universidade egípcia de Al Azhar, Ahmed el Tayyeb, contitui "uma grave falta de respeito ao Papa", disse nesta quarta-feira (16) o Vaticano.

Em um comunicado, o porta-voz da Santa Sé, Federido Lombardi, disse que o Vaticano vai recorrer às autoridades competentes para "garantir o respeito à figura do Santo Padre".
O Vaticano afirmou que a campanha se trata de "um uso inaceitável da imagem do Santo Padre, manipulada e instrumentalizada no marco de uma campanha publicitária com fins comerciais".
Papa Bento XVI aparentemente beijando o Imã do Cairo na boca em uma fotomontagem. (Foto: Divulgação)Papa Bento XVI aparentemente beijando o imã do Cairo na boca em uma fotomontagem. (Foto: Divulgação)
Beijo simulado em fotomontagem entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e da Venezuela, Hugo Chávez. (Foto: Divulgação)Beijo simulado em fotomontagem entre o presidente dos EUA, Barack Obama, e da Venezuela, Hugo Chávez. (Foto: Divulgação)
"Trata-se de uma grave falta de respeito com o Papa, uma ofensa aos sentimentos dos fiéis, uma demonstração evidente de como uma publicidade pode violar as regras elementares do respeito às pessoas para atrair a atenção mediante uma provocação", continua o texto.
A fotomontagem, que faz parte da nova campanha "United Colors of Benetton" chamada "UNHATE" ("não ódio"), foi apresentada nesta quarta por Alessandro Benetton, vice-presidente do Benetton Group, em Paris.
Já começou a circular pela internet e num banner gigante colocado perto do castelo de Sant'Angelo, em Roma.
Segundo a Bennetton, não está prevista a veiculação da campanha no Brasil.
Luca Borgomeo, presidente da Associação dos telespectadores católicos italianos, pediu a retirada imediata da publicidade.
Uma outra imagem impactante foi colocada em outro banner diante da catedral de Milão, mostrando Barack Obama beijando o presidente chinês, Hu Jintao.
O grupo Benetton e seu fotógrafo Oliviero Toscani tornaram-se célebres por suas fotomontagens provocadoras nos anos 1990, entre elas a de uma irmã de caridade sedutora, que se apresenta vestida num hábito branco beijando um jovem padre de batina preta.
O fotógrafo italiano comprometeu-se com temas ligados à liberdade sexual, Aids e mais geralmente contra descriminações a comunidades, raças e culturas.
As relações entre o Papa e o imã sunita de Al-Azhar são difíceis, principalmente depois que Bento XVI expressou solidariedade às vítimas do atentado que fez 21 mortos numa igreja de Alexandria, no dia 1º de janeiro passado.
O imã interpretou os protestos como uma intromissão do Vaticano nos assuntos religiosos de seu país.
"Trata-se de imagens simbólicas - com um toque de esperança irônico e de provocação construtiva - para promover uma reflexão sobre a maneira pela qual a política, a religião, as ideias, mesmo se opostas e diversas, podem levar ao diálogo e à mediação", justificou-se a Benetton.

FONTE - G1 - GLOBO

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

PEDIDOS DE PERDÃO DO PAPA JOÃO PAULO II


Sobre os pedidos de perdão do papa João aulo II


A quem, por que e por quem o Papa pediu perdão.
1. Igreja e membros da Igreja
2. Por quem o Papa pediu perdão ?
3. Antecedentes
4. Comentários e texto do pedido de perdão

1. Igreja e membros da Igreja
"Papa reconhece os pecados da Igreja"!, "Igreja pedirá perdão por seus pecados". "Papa pede perdão pelos erros da Igreja Católica".

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Estes são exemplos das manchetes que no mês de março passado apareceram com grande destaque e freqüência na imprensa. Em muitos casos a notícia abaixo da manchete seguia a idéia básica contida na mesma, falando dos "pecados da Igreja Católica em dois mil anos de história", etc. Em outros, como é bastante comum na imprensa, os comentários não concordavam com as respectivas manchetes, mas corretamente falavam nas "faltas que os cristãos cometeram contra o Evangelho", os "métodos não evangélicos a que os cristãos recorreram", etc.

Este é um assunto muito delicado, que tanto levou a exageros e extrapolações dos meios de comunicação como lançou confusão entre os próprios católicos, seja pelas afirmações confusas e mesmo falsas da mídia, seja pela falta de uma conceituação adequada dos termos "Igreja" e "membros da Igreja".

Detenhamos-nos um pouco para examinar este ponto e procurar esclarecê-lo. "A Igreja é o Povo que Deus reúne no mundo inteiro" (Ref.1, nº 752). "Cristo é a Cabeça deste povo, que é então o seu Corpo" (Ref.1, nº 753). "Uma pessoa torna-se membro deste povo pela fé em Cristo e pelo Batismo" (Ref.1, nº 782 e 784), e "com isto torna-se intimamente unida a Cristo" (Ref.1, nº 790). Observe-se que não basta o batismo para tornar-se membro da Igreja. É necessário estar unido a Cristo através do Magistério da Igreja. Esta pessoa estará então em comunhão perfeita com a Igreja católica. O Catecismo da Igreja Católica, mais detalhadamente, apresenta o seguinte: "São incorporados plenamente à sociedade da Igreja os que, tendo o espírito de Cristo, aceitam a totalidade da sua organização e todos os meios de salvação nela instituídos e na sua estrutura visível — regida por Cristo através do Sumo Pontífice e dos Bispos — se unem com Ele pelos vínculos da profissão de fé, dos sacramentos, do regime e da comunhão eclesiásticos " (Ref.1, nº 837). Estes são os católicos. Há ainda os cristãos "que crêem em Cristo e foram devidamente batizados", mas "não professam na íntegra a fé ou não guardam a unidade da comunhão sob o sucessor de Pedro". Estes "estão constituídos numa certa comunhão, embora não perfeita, com a Igreja católica" (Ref.1, nº 837). "Justificados pela fé no Batismo são incorporados a Cristo e, por isso, com razão, são honrados com o nome de cristãos, e merecidamente reconhecidos pelos filhos da Igreja católica como irmãos no Senhor"(Ref.1, nº 1271).Naturalmente, as considerações que faremos referem-se somente aos membros da Igreja católica.

A Igreja, unida a Cristo, é santificada por Ele; por Ele e nele torna-se também santificante (Ref. 1, nº 824). Mas enquanto Cristo, "santo, inocente, imaculado, não conhece o pecado, mas veio apenas para expiar os pecados do povo, a Igreja, reunindo em seu próprio seio os pecadores, ao mesmo tempo santa e sempre necessitada de purificar-se, busca sem cessar a penitência e a renovação. Todos os membros da Igreja, inclusive os seus ministros, devem reconhecer-se pecadores. Em todos eles o joio do pecado continua mesclado ao trigo do Evangelho, até o fim dos tempos. A Igreja reúne, portanto, pecadores alcançados pela salvação de Cristo, mas ainda em via de santificação" (Ref. 1, nº 827).

Portanto, a Igreja é ao mesmo tempo santa e pecadora. Santa por sua cabeça, Cristo, e por sua alma, o Espírito Santo, mas pecadora por seus membros sejam eles leigos, membros das Sagradas Ordens (Bispos, presbíteros e diáconos) ou do estado religioso. O Papa, no Encontro com o Conselho Ecumênico das Igrejas, Genebra, 1984, referiu-se claramente à corrupção moral que apareceu não só entre os fiéis leigos mas também na hierarquia da Igreja, em diversos níveis: "Não obstante as mazelas morais que no curso da história marcaram a vida de seus membros e até mesmo dos seus responsáveis, a Igreja Católica está convencida de ter conservado no ministério do Bispo de Roma, em plena fidelidade á Tradição apostólica e à fé dos Padres, o pólo visível da unidade e a garantia desta (Ref.2, p. 213).

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E, na Carta Encíclica Ut unum sint, o Papa volta ao assunto:
"A Igreja Católica reconhece e confessa as fraquezas de seus filhos, consciente de que os seus pecados constituem igualmente traições e obstáculos à realização dos desígnios do Salvador" (Ref.3, item 3).

"A Igreja Católica afirma que, ao longo dos dois mil anos de sua história, foi conservada na unidade com todos os bens que Deus quer dotar a sua Igreja, e isto apesar das crises, por vezes graves, que a abalaram, as faltas de fidelidade de alguns de seus ministros e os erros em que diariamente incorrem os seus membros. A Igreja Católica sabe que, graças ao apoio que lhe vem do Espírito Santo, as fraquezas, as mediocridades, os pecados, e ás vezes as traições de alguns de seus filhos, não podem destruir aquilo que Deus nela infundiu tendo em vista o seu desígnio de graça" (Ref.3, item 11).

É, portanto, pelos membros da Igreja, leigos ou não, que João Paulo II pediu perdão. Isto está bem claro no texto divulgado por Novo Milênio nº 248 (Ano V, 27/03 a 02/04/2000). Aí se observa claramente que foi pedido perdão pelos pecados dos filhos da Igreja. Citemos alguns trechos que comprovam o que estamos afirmando (no capítulo 4 reproduziremos o texto na íntegra):

— "[…] tua Igreja peregrina […] acolhe em seu seio em cada época a novos membros que lutam por sua santidade e a outros que, em desobediência a ti, contradizem a fé professada no Santo Evangelho". Em nome destes últimos é que o Papa pediu perdão.

— " […] em algumas épocas da história os cristãos às vezes agiram com métodos de intolerância e não seguiram o mandamento do amor, desfigurando assim o rosto da Igreja, Tua Esposa".

— " Oremos para que recordando os padecimentos sofridos pelo povo de Israel, os cristãos possam reconhecer os pecados cometidos por muitos deles contra o povo da Aliança".

Dom Sinésio Bohn deixou bem clara a distinção que deve ser feita entre Igreja e membros da Igreja em seu artigo publicado em Novo Milênio de 20 a 26/03/2000, ao comentar que o pedido de perdão foi feito "a Deus e à humanidade pelas ofensas e pecados cometidos por pessoas da Igreja". Também Pe. Jacinto Bergmann, escreveu acertadamente sobre o "arrependimento do seu povo", "os pecados cometidos no passado por tantos filhos da Igreja" (Novo Milênio, 10 a 16/04/2000 e Novo Milênio, 17 a 23/04/2000).

2. Por quem o Papa pediu perdão?
A insistência nos "pecados da Igreja" foi tal que até publicações católicas passaram, em algumas notícias e outros tantos artigos, a repetir aquelas afirmações, algumas vezes com o mesmo teor, outras vezes veladamente. Por exemplo, ao afirmar que "o Papa João Paulo II pediu perdão a Deus e à humanidade por todos os erros cometidos ao longo de dois mil anos da história da Igreja Católica", fica-se na dúvida: pecados da Igreja como entidade ou pecado de seus filhos, maus filhos, leigos ou não, que não seguiram seus ensinamentos?

Entretanto, lendo-se o texto dos pedidos de perdão feitos por João Paulo II na Missa extraordinária do dia do perdão, na Basílica de São Pedro, Vaticano, em 12/03/2000, domingo, observa-se que foi pedido perdão por atos e omissões de filhos da Igreja, não por ela, como instituição criada por Cristo.

As seguintes palavras de João Paulo II comprovam o que dissemos: "Quando o segundo milênio já se encaminha para seu término, é justo que a Igreja assuma com maior consciência o peso do pecado de seus filhos, recordando todas as circunstâncias em que eles se afastaram do Espírito de Cristo e de seu Evangelho, oferecendo ao mundo, em vez do testemunho de uma vida inspirada nos valores da fé, o espetáculo de modos de pensar e de agir que eram verdadeiras formas de contra-testemunho e de escândalo. Embora sendo santa por sua incorporação em Cristo, a Igreja não se cansa de fazer penitência: ela reconhece sempre como seus, diante de Deus e dos homens, os filhos pecadores" (Ref.4, p.36-37). Em Memória e Reconciliação lemos o seguinte: "Santificada pelo Pai, mediante o sacrifício do Filho e o dom do Espírito, ela é em certo sentido também pecadora, enquanto assume realmente sobre si o pecado daqueles que ela mesmo gerou no batismo, assim como Cristo Jesus assumiu o pecado do mundo" (Ref.5, p.31).

João Paulo II já havia tocado nestes problemas em sua Carta Apostólica "Advento do Terceiro Milênio". Eis alguns tópicos desta Carta Apostólica, em que ele lamenta os pecados dos filhos da Igreja, de tantos cristãos (Ref.4, p.39): "Outro capítulo doloroso, sobre o qual os filhos da Igreja não podem deixar de tornar com espírito aberto ao arrependimento, é a condescendência manifestada, especialmente em alguns séculos, perante métodos de intolerância ou até mesmo de violência no serviço à verdade". Mas, logo a seguir, João Paulo II nos alerta para os perigos de um julgamento com os nossos atuais costumes, conhecimentos, critérios, etc. : "Certo é que um correto juízo histórico não pode prescindir da atenta consideração dos condicionamentos culturais da época, pelos quais muita gente podia ter considerado, em boa-fé, que um autêntico testemunho da verdade comportasse o sufocamento da opinião de outrem ou, pelo menos, a sua marginalização. […] Mas a consideração das circunstâncias atenuantes não exonera a Igreja do dever de lastimar profundamente a fraqueza de tantos filhos seus, que lhe deturparam o rosto, impedindo-a de refletir plenamente a imagem do seu Senhor crucificado, testemunho insuperável de amor paciente e de humilde mansidão" (Ref.5, p.31).

E, mais adiante: "E quanto ao testemunho da Igreja no nosso tempo, como não sentir pesar pela falta de discernimento, quando não se torna mesmo condescendência, de não poucos cristãos perante a violação de direitos humanos fundamentais por regimes totalitários? E não será porventura de lamentar, entre as sombras do presente, a corresponsabilidade de tantos cristãos em formas graves de injustiça e marginalização social? Seria de perguntar quantos deles conhecem a fundo e praticam coerentemente as diretrizes da doutrina social da Igreja." (Ref.4, p.41).
Já em anos anteriores João Paulo II tinha, por várias vezes, pedido perdão por atos e omissões dos católicos. Eis alguns exemplos:

— Em Olomonc, República Checa, em 21 de maio de 1995, referindo-se às guerras de religião: "Hoje, eu, Papa da Igreja de Roma, em nome de todos os católicos peço perdão das injustiças infligidas aos não católicos no curso da história atribulada desses povos. E ao mesmo tempo garanto o perdão da Igreja Católica pelo mal que seus filhos sofreram" (Ref.6, p.332).
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Jindřich Štreit | Fotografia 1965-2005 - Olomouc Art Museum
— Em maio do mesmo ano, referindo-se agora à Segunda Guerra Mundial: "Os cristãos da Europa devem pedir perdão, reconhecendo que múltiplas foram as responsabilidades na construção da máquina bélica" (Ref.2, p.6 e 141 — mensagem de João Paulo II por ocasião do 50º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial na Europa).

Ao falar contra a escravidão, na visita á Casa dos Escravos, ilha de Gorée, Senegal, em 22 de fevereiro de 1992: "Tais homens, mulheres e crianças foram vítimas de um vergonhoso comércio do qual tomaram parte pessoas batizadas, mas que não viviam sua fé […]. Deste santuário africano da dor negra, imploramos o perdão do céu. Nós oramos para que no futuro os discípulos de Cristo se demonstrem plenamente fiéis à observância do mandamento do amor fraterno que lhes foi legado pelo seu Mestre. Nós oramos para que os cristãos nunca mais sejam os opressores dos próprios irmãos …" (Ref.2, p.222-223).

Lembramos que já muito antes dos pedidos de perdão dos quais estamos tratando, Paulo VI, em 29 de setembro de 1963, na abertura da segunda sessão do Concílio Vaticano II, já havia pronunciado seu pedido de perdão aos cristãos não católicos: "Aqui o nosso discurso se volta com reverência aos representantes das denominações cristãs separadas da Igreja Católica […]. Se alguma culpa a nós for imputada por essa separação, nós, humildemente pedimos perdão a Deus por ela e da mesma forma pedimos perdão aos irmãos que porventura se sintam ofendidos por nós; e estamos preparados também, pelo que nos diz respeito, a perdoar as ofensas das quais a Igreja tem sido objeto, e a esquecer a dor que lhe foi infligida na longa sucessão de dissensões e separações (Ref.2, p.32).

3. Antecedentes
Tendo em vista a celebração do Jubileu do Ano 2000, o Cardeal Joseph Ratzinger propôs o estudo do tema "A Igreja e as culpas do passado" à Comissão Teológica Internacional, da qual ele era o Presidente. Do texto aprovado pinçamos alguns trechos que nos pareceram importantes para o tema que estamos abordando:

"A dificuldade que se apresenta é a de definir as culpas passadas, por causa, especialmente, do juízo histórico que isso exige, porque em tudo o que aconteceu é sempre diferente a responsabilidade ou as culpas atribuídas aos membros da Igreja enquanto crentes, da responsabilidade que se pode atribui à sociedade dos séculos ditos 'de cristandade' ou as estruturas de poder nas quais o temporal e o espiritual estavam estreitamente entrelaçados. Uma hermenêutica histórica é, quando menos, necessária para fazer adequada distinção entre a ação da Igreja como comunidade de fé e a ação da sociedade nos tempos de osmose entre elas"(Ref.5, p.18-19).

"Quais as condições de uma correta interpretação do passado do ponto de vista do saber histórico ? Para determiná-las, é preciso levar em conta a complexidade da relação que intercorre entre o sujeito que interpreta e o passado objeto da interpretação: em primeiro lugar, é preciso ressaltar a recíproca estraneidade entre eles. Fatos ou afirmações do passado são, antes de tudo, 'passados': como tais não são totalmente redutíveis às instâncias atuais, mas têm uma densidade e uma complexidade objetivas que os impedem de ser dispostos de maneira unicamente funcional aos interesses do presente. É necessário aproximar-se deles mediante uma investigação histórico-crítica que utilize todas as informações disponíveis em vista da reconstrução do ambiente, dos modos de pensar, dos condicionamentos e do processo vital em que os eventos e as afirmações se situam, para verificar os conteúdos e os desafios que — exatamente por sua diversidade — eles propõem ao presente." (Ref.5, p.40).

"Deve-se ainda ter em conta — no reconhecimento das culpas passadas e dos referentes atuais que melhor poderiam assumi-las — a distinção entre Magistério e autoridade na Igreja. Nem todo ato de autoridade tem valor de Magistério, de onde um comportamento contrário ao Evangelho de uma ou mais pessoas revestidas de autoridade por si não implica o envolvimento do carisma magisterial, assegurado pelo Senhor aos Pastores da Igreja, e conseqüentemente não exige um ato magisterial de reparação." (Ref.5, p.58).

"A Igreja se reconhece como existencialmente santa em seus santos: enquanto se alegra com essa santidade e percebe seu benefício, confessa-se não pouco pecadora, não enquanto sujeito do pecado, mas enquanto assume com solidariedade materna o peso da culpa de seus filhos, para cooperar em sua superação no caminho da penitência e da novidade de vida. Por isso a Igreja reconhece o dever 'de lastimar profundamente as fraquezas de tantos filhos seus, que lhe deturparam o rosto, impedindo-o de refletir plenamente a imagem de seu Senhor crucificado, testemunha insuperável de amor paciente e de humilde mansidão" (Ref.5, p.38). Assim como Cristo, sendo inocente, assumiu os nossos pecados, João Paulo II solicita que "a Igreja se responsabilize com a mais viva consciência do pecado de seus filhos" (Ref.5, p.38).

A mídia, por ma fé ou por ignorância (muitas vezes por ambas), não faz essa distinção essencial entre a Igreja Santa por sua Cabeça, Cristo, e pecadora em seus filhos. Por isso João Paulo II sempre fala em pecados dos filhos, dos membros da Igreja, pecados que a Igreja assume como seus, à semelhança de Cristo, que se imolou por nós.

No memorando intitulado "Reflexões sobre o Grande Jubileu do ano 2000" e distribuído aos cardeais convocados para um consistório extraordinário, um dos itens era referente a um "olhar atento para a história do segundo milênio da Igreja para reconhecer os erros cometidos por homens seus e, em certo sentido, em seu nome". Na abertura desse consistório, em 13 de junho de 1994, João Paulo II disse que "Diante desse Grande Jubileu a Igreja tem necessidade da metanoia, ou seja, do discernimento das falhas históricas e das negligências dos seus filhos em relação às exigências do evangelho. Só o reconhecimento corajoso das culpas e também das omissões pelas quais os cristãos, de um modo ou de outro, tornaram-se responsáveis, como também o generoso propósito de emendar-nos com a ajuda de Deus poderão dar impulso eficaz à nova evangelização e tornar mais fácil o caminho para a unidade" (Ref.6, p.335-336). O cardeal Giacomo Biffi, arcebispo de Bolonha, em sua carta pastoral Christus hodie, 1995, fez algumas considerações alertando para a complexidade e delicadeza do tema. Reproduzimos o seguinte (Ref.6, p.338):

"É um tema de grande importância e também muito delicado, que pode transformar-se em ambigüidade e até mal-estar espiritual, especialmente entre os fiéis mais simples". E, acrescentamos, constituiu-se em um "prato cheio" para certos veículos de comunicação, que, com afirmações errôneas e dúbias, causaram confusão entre católicos sem um conhecimento ao menos razoável de sua fé.
Continua o cardeal Biffi: "A Igreja considerada na verdade de seu ser não tem pecados, porque é o 'Cristo total': seu 'chefe' é o Filho de Deus, a quem não se pode atribuir nada de moralmente imputável. Contudo, a Igreja pode e deve fazer seus os sentimentos de amargura e de dor pelas transgressões pessoais de seus membros. seus são os filhos, não os pecados destes, embora os pecados de seus filhos mereçam sempre as suas lágrimas de mãe sem mácula".

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Este é um ponto fundamental, no qual insistimos: distinguir entre a Igreja santa e pecadora. Santa como Mãe e Mestra, como Corpo Místico de Cristo, e pecadora em seus filhos. Estes estão plenamente incorporados á sociedade da Igreja, de tal modo que, "se um membro sofre, todos os membros compartilham o seu sofrimento; ou se um membro é honrado, todos os membros compartilham a sua alegria" (1 Cor 12,26).

4. Comentários e texto do pedido de perdão
Resumindo, a Igreja somos nós os batizados, desde que unidos a Cristo através do Magistério da Igreja, nossa Mãe e Mestra. As nossas faltas, individuais, afetam o Corpo Místico de Cristo, a Igreja, mas não foi ela que as fez. A atitude muito louvável de João Paulo II parece-nos semelhante ao comportamento de um pai que vai pedir desculpas a alguém ofendido por um filho seu. Não foi o pai que agiu mal, mas ele sente-se responsável pelos desvios de conduta de seu filho, que não seguiu seus ensinamentos e conselhos. Neste sentido, relembramos as palavras de João Paulo II, que parecem exprimir a razão pela qual nosso Papa apresentou seus pedidos de perdão, tão comentados, criticados por uns e elogiados por outros: "Uma alma que se rebaixa pelo pecado arrasta consigo a Igreja e, de certa maneira, o mundo inteiro […]. Todo o pecado repercute com maior ou menor veemência, com maior ou menor dano, em toda a estrutura eclesial e em toda a família humana" (Ref.7, p.41-42). Se encaramos a parte humana da Igreja, então sim poderemos dizer que é necessária uma contínua conversão do povo de Deus. "Embora sendo santa por sua incorporação em Cristo, a Igreja não se cansa de fazer penitência: ela reconhece sempre como próprios, diante de Deus e dos homens, os filhos pecadores". Sobre isto, afirma a Constituição Conciliar Lumen Gentium : 'A Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação." (Ref.4, p.37). À semelhança de Cristo, que tomou sobre si os nossos pecados, a Igreja assume os pecados de seus filhos, e por eles pede perdão a Deus.

Eis o texto dos pedidos de perdão , tal como foi publicado em Novo Milênio [8]:
"Irmãos e irmãs, supliquemos com confiança a Deus, nosso Pai misericordioso e compassivo, pequeno na ira e grande no amor e na fidelidade, que aceite o arrependimento de seu povo que confessa humildemente suas próprias culpas e pede por misericórdia."

1. Confissão dos pecados em geral:
Oremos para que nossa confissão e nosso arrependimento estejam inspirados no Espírito Santo, nossa dor seja consciente, profunda e considerando com humildade as culpas do passado em uma autêntica "purificação da memória", sigamos um caminho de verdadeira conversão.

Senhor Deus, tua Igreja peregrina, santificada sempre por Ti com o sangue de teu filho, acolhe em seu seio em cada época a novos membros que lutam por sua santidade e a outros que, com desobediência a Ti, contradizem a fé professada no Santo Evangelho. Tu, que permaneces fiel mesmo quando nós te somos infiéis, perdoa nossas culpas e nos concede ser, entre os homens, autênticos testemunhos Teus. Por Cristo Nosso Senhor.

2. Confissões das culpas no serviço da verdade:
Oremos para que cada um de nós, reconhecendo que também os homens da Igreja, em nome da fé e da moral, tenham recorrido, às vezes, a métodos não evangélicos em seu justo dever de defender a verdade, imitem o Senhor Jesus, manso e humilde de coração.

Senhor, Deus de todos os homens, em algumas épocas da história os cristãos às vezes agiram com métodos de intolerância e não seguiram o mandamento do amor, desfigurando assim o rosto da Igreja, tua esposa. tem misericórdia de seus filhos pecadores e aceita nosso propósito de buscar e promover a verdade na doçura da caridade, conscientes de que a verdade só se impõe com a força da própria verdade. Por Cristo Nosso Senhor.

3. Confissão dos pecados que comprometeram a unidade do corpo de Cristo:
Oremos para que o reconhecimento dos pecados que lastimaram a unidade do Corpo de Cristo e feriram a caridade fraterna abram caminho para a reconciliação e a comunhão de todos os cristãos.

Pai misericordioso, na véspera da paixão, Teu filho orou pela unidade dos que Nele crêem: eles, no entanto, ao contrário de Tua vontade, se enfrentaram e se dividiram, se condenaram e se combateram. Imploramos ardentemente o Teu perdão e Te pedimos o dom de um coração penitente, para que todos os cristãos, reconciliados Contigo e entre si em um só corpo e em um só espírito, possam reviver a experiência edificante da plena comunhão. Por Cristo Nosso Senhor.

4. Confissão das culpas em relação a Israel:
Oremos para que, recordando os padecimentos sofridos pelo povo de Israel, os cristãos possam reconhecer os pecados cometidos por muitos deles contra o povo da Aliança, para assim purificar seu coração.

Deus de nossos pais, tu elegeste Abraão e sua descendência para que Teu Nome fosse dado a conhecer pelas nações: nos dói profundamente o comportamento de quantos, no curso da história, causaram sofrimento a teus filhos e agora Te pedimos perdão, queremos nos comprometer em uma autêntica fraternidade com o povo da Aliança. Por Cristo Nosso Senhor.

5. Confissão das culpas cometidas com comportamento contra o amor, a paz, os direitos dos povos, o respeito pelas culturas e pelas religiões:
Oremos para que, contemplando a Jesus, Nosso Senhor e Nossa Paz os cristãos se arrependam das palavras e condutas às vezes suscitadas pelo orgulho, o ódio, a vontade de domínio sobre os demais, a hostilidade com os grupos sociais mais enfraquecidos, como são os imigrantes e os ciganos.
Senhor do mundo, Pai de todos os homens, por meio de Teu Filho nos pediste para amar os inimigos, fazer bem aos que nos odeiam e orar pelos que nos perseguem. Muitas vezes, no entanto, os cristãos desmentiram o Evangelho e, cedendo à lógica da força, violaram os direitos de etnias e povos, depreciando suas culturas e tradições religiosas. Mostra-Te paciente e misericordioso conosco e nos perdoa. Por Cristo Nosso Senhor.

Oração final:
Ó Pai misericordioso, Teu filho Jesus Cristo, juiz de vivos e mortos, na humildade de sua primeira vinda, resgatou a humanidade do pecado e, em Seu retorno glorioso, pedirá contas de todas as culpas: concede Tua misericórdia e Teu perdão dos pecados a nossos irmãos e a nós, Teus servos, que impulsionados pelo Espírito Santo, possamos voltar a Ti arrependidos de todo o coração. Por Cristo Nosso Senhor.


BIBLIOGRAFIA
1 — Catecismo da Igreja Católica – Ed. conjunta Vozes, Paulinas, Loyola, Ave-Maria, 1993.
2 — João Paulo II – Carta Encíclica Reconciliatio et Paenitentia (Sobre a Reconciliação e a Penitência na Missão da Igreja de Hoje),02/12/1984. Ed. Vozes, Documentos Pontifícios, nº 204, 1984.
3 — João Paulo II – Carta Apostólica Tertio Millennio Adveniente (Advento do Terceiro Milênio) , 10/11/94. Ed. Vozes, Documentos Pontifícios, nº 262, 1995.
4 — Memória e Reconciliação — A Igreja e as Culpas do Passado — Comissão Teológica Internacional. Ed. Loyola, 2000.
5 — Luigi Accattoli – "Karol Wojtyla, o homem do final do milênio". Ed. Paulinas, 1999.
2 — Luigi Accattoli – "Quando o Papa pede perdão". Ed. Paulinas, 1997

FONTE: VERITATIS SPLENDOR

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