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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

NÃO GOSTAVA DISSO, DAQUILO E DAQUILOUTRO. ACABOU CATÓLICO

Marcus Grodi cresceu numa igreja luterana um tanto liberal, perto de Toledo, Ohio. Era ativo no Grupo Jovem, catequizava e confirmava os colegas na fé. "Conheci muitas coisas", disse ele, "mas não penetraram em meu coração". "Os acampamentos de verão dos jovens da igreja pareciam preparados mais para uma exibição de música do que para temas espirituais"


Os colegas de Grodi na Escola Superior provinham de diversas denominações religiosas, não, porém, do Catolicismo. "Minha visão do Catolicismo era extremamente negativa, mas trazíamos um monte de interpretações mitológicas da Igreja Católica, que se encontrava do outro lado da cidade. Imaginávamos que estivesse cheia de superstições, e que o povo estava quase escravizado pelos padres e as freiras". Marcus, porém, começou a se surpreender, vistas as diferenças existentes entre as denominações protestantes. Grodi estudava Engenharia em Case Western Reserve. "Passei três anos sem entrar em uma igreja", declarou. "Eu estava envolvido numa convivência fraterna e tudo que lhe diz respeito. Finalmente no verão anterior ao último ano experimentei uma profunda renovação da minha fé mediante o testemunho de um amigo - o que representou uma guinada de 180º na minha vida"


Grodi voltou para a sua igreja luterana e achou que as palavras da Liturgia lhe significam alguma coisa pela primeira vez. "Mas, quando considerei os bancos da igreja, vi estudantes de Escolas superiores que eram como eu quando tinha a idade deles, a recitar palavras sem as compreender. Eu concluí então que o liturgismo tradicional estava morto; ele produzia cristãos de nome apenas, quase destituídos de compreensão. Eu julguei que Deus queria ouvir algo de diferente, nas mesmas coisas a cada domingo". Uma vez formado, Grodi começou a trabalhar como engenheiro e como apóstolo da juventude. Escolheu o congregacionalismo3. "Cada igreja congregacional é autônoma e pode decidir a respeito do que ela quer fazer. Ela pode redigir seu próprio Credo. É surpreendente o que algumas igrejas congregacionais, de fato, creem". "Eu não rejeito meu fundo evangélico. Ele me levou de volta para Jesus Cristo. Colocou em meu coração o sincero desejo de Lhe dar totalmente a minha vida. E creio que foi por causa desta convicção que agora eu sou católico". 



Seminário Gordon-Conwell

Mesmo o Seminário Gordon-Conwell, com seu zelo pela S. Escritura e pela verdade (visto que era interdenominacional, evitava as questões controvertidas da Igreja Batista, da metodista e da Presbiteriana), proporcionou a muitos de nós a ocasião de passarmos para a Igreja Católica. Grodi voltou para a sua igreja congregacional com entusiasmo e convicção. Era uma igreja da Flórida: "Eu estava lá nem seis meses quando percebi que havia algo menos bom no congregacionalismo. Mas eu não sabia indicar exatamente o que era". Grodi entrou na Igreja Presbiteriana como pastor, mas as dúvidas continuaram. "Como poderia eu estar certo de que nossos pontos de vista presbiterianos estavam corretos em comparação com os de meus irmãos metodistas ou da Assembléia de Deus ou da Igreja de Cristo ou dos anglicanos - ou até dos católicos ? Como poderia eu saber que a minha interpretação da Escritura era coerente com aquilo que Jesus realmente disse ? Eu queria ser fiel. Eu sabia que um dia comparecerei diante de Jesus Cristo, meu Senhor, e terei que dar conta das almas das pessoas que eu dirijo. Eu tinha consciência de que eu devia ter certeza de que os meus ensinamentos eram verídicos e o meu procedimento era correto". Grodi não podia ir pedir ajuda à chefia da Igreja Presbiteriana, "Eu tinha rejeitado quase todos os seus pontos de vista. A maioria deles era muito liberal. Deixavam muita coisa ao arbítrio de cada um. Nove sobre dez ofícios que chegavam ao meu escritório proveniente da chefia central, iam parar na cesta de papéis. Não havia normas. Eu estava reinventando o fio condutor. Não teria sentido admitir que Jesus fundou uma Igreja e depois deixou tudo ao léu". 


Case Western Reserve
Grodi tentou voltar sua atenção para uma denominação mais conservadora, mas não se sentia à vontade com o que ele chamava o aspecto de escolha pessoal vigente entre as denominações protestantes. Renunciou então às suas funções de pastor e voltou para Case Western Reserve, com a intenção de conseguir o seu Ph.D. em Biologia molecular e depois associar ciência e religião no cultivo da Bioética. "Eu imaginava que acabaria sendo um professor de Genética ou de Ética em alguma faculdade". Não estava longe de terminar a sua tese doutoral quando numa manhã uma notícia de jornal lhe chamou a atenção: "O teólogo católico Scott Hahn fará uma palestra na paróquia local". Teólogo católico Scott Hahn ? "Havia oito anos que não nos víamos. Fui então ouvi-lo, escutei a sua gravação e li o livro Catholicism and Fundamentalism de Karl Keating. 


Ao cabo de fazer estas três coisas, eu era um pato morto". Grodi pôs-se a ler os antigos Padres da Igreja e a história da Igreja. Ele tinha consciência de que não podia continuar a ser protestante. "Meu problema é que eu não me podia tornar católico. Havia coisas estranhas em demasia. Imagine que você foi protestante durante quarenta anos e se põe a considerar o Menino Jesus de Praga; este há de parecer realmente estranho. Eu crescera com todos esses preconceitos. A Igreja Católica e a Máfia eram, para mim, a mesma coisa. Os Católicos bebiam e fumavam. Mas verifiquei que, se eu pudesse confiar na autoridade do magistério situado na cátedra de Pedro, tudo mais se assentaria em seu lugar certo. Foi o livro Development of Christian Doctrine de Newman que me convenceu disto. E assim eu já era um católico". Marcus Grodi foi recebido na Igreja Católica em 1993.

Comentário da Redação de PR (Pergunte e Responderemos): Muito interessante é o raciocínio final de Marcus Grodi. O critério que autentica a Igreja de Cristo ou a Igreja fundada por Cristo, não é a virtude ou o pecado de seus membros, pois estes são criaturas oscilantes, que, hoje virtuosos, amanhã podem vir a ser pecadores. O critério de autenticidade é a presença de Cristo na Igreja ou, mais explicitamente, a assistência prometida por Cristo à sua Igreja confiada a Pedro e seus sucessores (cf. Mt 16, 16-19 ; 28, 18-20 ; Jo 14, 26 ; 16, 13-15). Quem crê nesta promessa de Jesus, adere logicamente à Igreja Católica e sabe considerar o comportamento dos fiéis católicos dentro dos moldes da fragilidade humana (também existente entre os protestantes); há certamente entre os católicos belos testemunhos de santidade. O que importa, porém, é Cristo presente e atuante, e não a conduta de homens fiéis ou infiéis a Cristo.
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3 - Congregacionalismo é a denominação protestante em que a Congregação governa a si mesma mediante os pastores que ela escolhe. Não reconhece hierarquia. (Nota do tradutor).




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