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segunda-feira, 21 de março de 2016

DIRCEU IA FUGIR DO PAÍS. AGORA, SÓ LHE RESTA A DELAÇÃO PREMIADA.



Dirceu jamais pensou em ser delator. Mas na vida tudo tem limite.
Carlos Newton
O advogado Roberto Podval afirmou esta semana que “é mais fácil matarem José Dirceu do que ele fazer uma delação premiada”, descartando a possibilidade de seu cliente fazer um acordo com a força-tarefa da Lava Jato.
Na verdade, o advogado apenas repetiu o que o ex-ministro dizia antes de ser preso pela segunda vez. Mas agora tudo mudou e já existe uma nova versão acerca das pretensões de Dirceu. Como dizia o colunista Ibrahim Sued, em sociedade tudo se sabe.
VIRAR DELATOR
Para quem se considerava “herói do povo brasileiro”, tornar-se delator de seus cúmplices e companheiros é realmente uma atitude vergonhosa e covarde. Dirceu sempre defendeu uma postura altaneira e recentemente chegou a enviar uma mensagem a esse respeito à jornalista Monica Bergamo, da Folha, sua amiga pessoal, que nos últimos anos publicou sucessivas entrevistas exclusivas do ex-ministro.
“Delação não tem pé nem cabeça. Primeiro porque não tenho o que delatar. Segundo porque não tem nada a ver com minha vida e trajetória”, afirmou ele na mensagem enviada à colunista da Folha, diante da interpretação de que poderia, se preso, colaborar com a Justiça.
MALAS PRONTAS
Realmente, Dirceu nunca pensou em se tornar delator. Seus planos eram outros. Achava que as investigações da Lava Jato iriam demorar o suficiente para que fosse beneficiado em 2016 com o indulto de Natal, benefício presidencial concedido todos os anos a presos de bom comportamento que já cumpriram parte da pena.
Ao receber o indulto, ele então poderia recuperar o passaporte e se mudar para um país que não tivesse tratado de extradição com o Brasil. Como ainda tem muito dinheiro no exterior, poderia passar o resto de seus dias numa boa, ao lado da mulher, Simone Tristão, e da filha pequena.
No entanto, ao sentir que a investigação da Polícia Federal avançava rapidamente, Dirceu mudou a estratégia. Seu advogado Roberto Podval passou a apresentar sucessivos pedidos de habeas corpus para que o ex-ministro não perdesse a prisão domiciliar, mas acabou derrotado em todas as instâncias.
O desespero de Dirceu foi aumentando, já pensava em dar um jeito de fugir para o exterior, mas o problema era levar também a mulher e a filha, sem elas sua vida não tem mais sentido.
HERÓI ALQUEBRADO
Quando a Polícia Federal chegou à casa dele, em Brasília, na madrugada de segunda-feira, encontrou um herói alquebrado e desiludido.

Dirceu jamais pensou em se tornar delator, mas agora não tem alternativa. Em Curitiba, longe da mulher e da filha, abandonado pelo PT, pelo governo que ele ajudou a erguer e pelos antigos companheiros, sabe que desta vez pegará no mínimo 15 anos de prisão, porque não é mais réu primário e será condenado também por formação de quadrilha.


Segunda-feira, vai depor pela primeira vez em Curitiba, porém não deve revelar nada. Só quando realmente chegar a hora, ele contará tudo o que sabe e acabará com o que ainda resta de Lula, de Dilma, do governo e do PT.
Mas, ao que parece, pode ser que Dirceu nem tenha muitas novidades para contar, porque não apenas o ex-diretor Renato Duque já fechou a delação premiada, como também o lobista Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB, deve revelar tudo o que sabe. E os dois sabem de muita coisa. Mas não tanto quanto Dirceu.

TRIBUNA DA INTERNET

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