Desnecessário também é comentar o exagero absurdo, que beira o cômico, da venda de indulgências em Roma. Quase não sobram ruas vazias na Cidade Eterna, qualquer cantinho é oportuno para vender a salvação.
Assim como Lutero, os forjadores do filme só viram maldade e corrupção em Roma. Nada viram ali de belo e de santo.
Para eles as bem apropriadas palavras de Veuillot sobre a Cidade Eterna: "Comme le Dieu
qui la remplit, elle se révèle aux humbles et se cache aux superbes.” (Veuillot: 8)
Também, fanatizados, enquanto o clero explorador das indulgências invariavelmente verga o hábito de São Domingos. Talvez seja o ódio de Lutero e luteranos ao maior teólogo de todos os tempos, São Tomás de Aquino.
Mas o filme – de novo – omite que Lutero pronunciou um sermão a favor das indulgências em Julho de remissão do pecado, mas “remissão da pena temporal devida ao pecado, que o penitente deve sofrer, seja da maneira como foi imposta pelo padre, seja que ele tenha que sofrer no purgatório,” e continua: “ninguém pode sentir-se seguro da salvação.”
E ajuntando:
“Ganham indulgência plenária apenas aqueles que tenham se reconciliado com Deus por meio de verdadeira contrição e confissão.” (Grisar: 89)
E “Elas são o mérito de Cristo e de Seus santos" [i.e. elas derivam sua eficácia desse tesouro de méritos], É exatamente a doutrina que Lutero irá atacar nas suas 95 teses, no ano seguinte.
Os historiadores revolução. O filme quer passar a idéia que a Igreja realmente vendia a salvação...
Curioso eleitor Frederick, ávido consumidor de relíquias e indulgências. E Lutero responde apenas com um sorriso de desdém...
Nenhum comentário:
Postar um comentário