No filme que analisamos, a celebração da primeira Missa pelo jovem padre omite um fato capital: Lutero quase fugiu do altar, não fosse a intervenção de seu auxiliar. (Grisar: 47). Talvez tenha sido difícil justificar uma atitude tão doentia como essa, ainda que se acuse a Igreja medieval de impor medo aos seus fiéis.
E junto a este comportamento estranho, notem-se outros, também ausentes na produção cinematográfica luterana: monges de Erfurt contaram posteriormente ao apologista Católico Cochlaeus que o comportamento de Lutero devia-se provavelmente “ao contato com o demônio”. (Grisar: 42)
Um desses comportamentos estranhos se deu no Ofício. Lutero, “enquanto atendia o ofício divino no coro dos monges, caiu prostrado no chão e foi sacudido por convulsões, enquanto o Evangelho do endemoniado era recitado, e gritou alto: Não sou eu! Não sou eu! (significando que ele não era o homem possuído).” (Grisar: 49)
Também vários autores narram como Lutero, mais de uma vez, foi encontrado desfalecido, em conseqüência de não comer, não beber nem repousar por dias seguidos!
É curioso que os luteranos irão acusar a Igreja medieval por esse comportamento patológico que, no entanto só se manifestava em Lutero, em nenhum outro monge!
Tal comportamento reforça a hipótese de Emme, de que Lutero sofria tremendamente os remorsos de seu crime. Aqui a hipótese do duelo encontra um apoio muito consistente. Ainda mais que Lutero era muito orgulhoso, potencializando os efeitos do remorso num escrúpulo doentio.
O problema para Lutero é exatamente seu orgulho extremo, que o impedirá de usar os remédios que Deus colocou à disposição dos pecadores, através da Igreja: a confissão e o arrependimento sinceros, além da oração constante.
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