E já tinha idéias péssimas e que, instigado pelo rebelde, lançou-se então fanaticamente contra a Igreja.
Em seguida se lançará avidamente em busca de uma mulher, violando seu voto de padre, pois não há herege sem concubina.
Depois se lançará contra o próprio Lutero, sendo inclusive expulso da Saxônia por exigência do monge rebelde, graças à "tolerância" religiosa da reforma...
Em um diálogo que provavelmente nunca ocorreu, Lutero interpela Carlstadt sobre a salvação fora da Igreja, reclamando o destino dos ortodoxos; dos santos ortodoxos (sic!): Carlstadt então cita a autoridade do V Concílio de Latrão, que definiu a questão mostrando que fora da Igreja
Assim se pronunciou o IV Concílio de Latrão, em seu Cânon 1:
(“There is one Universal Church of the faithful, outside of which there is absolutely no salvation”)
(http://www.intratext.com/IXT/ENG0431/_P1.HTM)
Que – diga-se de passagem – concorda inteiramente com o que disse o V de Latrão, em sua Sessão 11 (Dez de 1516):
“Pois, regulares e seculares, prelados e seus fregueses (...) pertencem à única Igreja Universal, fora da qual ninguém pode se salvar, e todos têm um Senhor e uma fé.”
(http://www.intratext.com/IXT/ENG0067/_PT.HTM#O4T)
Portanto, mais uma boa e grossa mentira luterana...
Vale acrescentar que Lutero irá recusar e desqualificar toda autoridade com sua revolta, apelando dentro da Igreja.
Assim, ao Concílio, que evidentemente irá rejeitar posteriormente; também, aceitará a arbitragem das universidades até que elas declarem seus escritos heréticos, quando então passará a recusar sua autoridade com uma violência inaudita.
O diálogo com Carlstadt é apenas mais uma idealização de Lutero, passando a idéia de que o rebelde era imbatível nos debates e que a Igreja só possuía ignorantes e sofistas.
É por isso que o filme Lutero não mostra a Disputa de Leipzig, pois seria difícil conciliar a imagem superior de Lutero com a derrota na disputa com o teólogo Católico John Eck, que conseguiu encurralar o revolucionário alemão para que negasse toda autoridade da Igreja (Papa).
Nessa famosa disputa, Eck fez Lutero negar os livros que na Bíblia defendem o Purgatório, fundamento das indulgências que Lutero atacava.
Eck venceu de tal modo a disputa, que como conseqüência o Duque George da Saxônia firmou posição definitiva a favor da Igreja, e as universidades de Colônia e Louvain condenaram as doutrinas heréticas de Lutero. (LLORCA, Bernardino, Historia de la Iglesia Catolica, Vol. III – Edad Nueva, BAC, 4ª ed, p. 671) (*)
O seu veredicto então deveria ser aceito pelos participantes. As universidades de Paris e Erfurt também irão condenar Lutero, embora mais tarde (Llorca: 671).
Mais curioso ainda é que Lutero havia dito no começo que aceitaria as sentenças das universidades. Quando Colônia e Louvain rejeitaram várias de suas proposições, Lutero escreveu uma "Responsio", onde pretendia mostrar “a vaidade e nulidade de tais veredictos acadêmicos em geral.”
Dizia ainda, em linguagem que lhe era própria:
“Até que eles o refutem, (...) considera as condenações como se fossem imprecações de uma meretriz bêbada(sic!). Os professores de Louvain e Colônia são caracterizados como “asnos” em carta a Spalatin.” (Grisar: 149)
Embora tenha perdido a disputa de Leipzig, Lutero é quem contará a versão oficial na Alemanha, graças à intensa máquina de propaganda que acompanhou toda Reforma.
Humanistas – como Crotus Rubeanus, Filipe Melanchthon e Justus Jonas, com a bênção de Erasmo - eos hussitas cerrarão fileiras com Lutero, e o apoiarão decisivamente, divulgando suas idéias e mesmo protegendo-o do imperador e do Papa. (Grisar: 116-117)
As elites alemãs suportaram o jovem e impetuoso rebelde. Como sempre acontece nas revoltas populares...
(*) - Lutero, reconheceu a derrota de seu comparsa Carlostad quando d i s p u t o u publicamente com o Dr. Eck em 27 de junho de 1519 em debate organizado pelas universidades de Wittemberg, Ingolstad e Leipzig, no castelo do conde Jorge de Saxe:
"Em Leipzig Carlostad recolheu vergonha em vez de honra, mostrando-se um miserável polemista, com espírito tapado e tolo". (H. Boekmer; Der Junge Luther 1929, pág.255).
Mas em 14 de julho do mesmo ano o próprio Lutero caiu em contradição e titubeou frente ao mesmo adversário, levando os louros do triunfo o Dr. Eck. Mesmo aqui Lutero teve a sinceridade de confessar em uma carta a Melanchton:
"Eck tem tem as vantagens: ele triunfa e reina. Estes leipziganos não nos saudaram, nem visitaram, mas nos trataram como inimigos, enquanto acompanharam Eck em toda parte... para nossa vergonha... aí está todo o drama: começou mal e acabou pior... discutimos mal" (Enders: corr. II, 85, 20 de julho de 1519)
..... "Em Leipzig Carlostad recolheu vergonha em vez de honra, mostrando-se um miserável polemista, com espírito tapado e tolo". (H. Boekmer; Der Junge Luther 1929, pág.255).
Mas em 14 de julho do mesmo ano o próprio Lutero caiu em contradição e titubeou frente ao mesmo adversário, levando os louros do triunfo o Dr. Eck. Mesmo aqui Lutero teve a sinceridade de confessar em uma carta a Melanchton:
"Eck tem tem as vantagens: ele triunfa e reina. Estes leipziganos não nos saudaram, nem visitaram, mas nos trataram como inimigos, enquanto acompanharam Eck em toda parte... para nossa vergonha... aí está todo o drama: começou mal e acabou pior... discutimos mal" (Enders: corr. II, 85, 20 de julho de 1519)
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