O filme sugere que Lutero teve um heroico desprendimento, salvando inclusive padres indefesos das mãos do populacho enfurecido.
Doce ilusão! O que ocorreu, de fato, foi que Lutero voltou à cidade para calar as vozes dissonantes – como a de Carlstadt e dos profetas de Zwickau – e colocar fim à baderna que ele mesmo criara. Os profetas já haviam inclusive convencido Melanchthon (sic!) de algumas de suas doutrinas! Nesse sentido, um episódio pitoresco e esclarecedor é a entrevista de Lutero com o anabatista Mark Stübner. Lutero o desafiou a provar sua missão divina – evidentemente todos os reformadores diziam ter uma missão divina – através de um sinal miraculoso. Stübner, ao invés de devolver o desafio a Lutero, soberbamente afirmou que poderia dar tal sinal. Lutero esbravejou então que seu Deus impediria os falsos deuses de Stübner a cumprirem tal milagre (sic!) e a entrevista terminou por aí... (Grisar: 219)
Lutero usou o mesmo expediente contra Tomás Munzer em Mulhouse, e contra Carlstadt, proibindo-lhes então a pregação (sic!) (Franca, IRC: 177).
E nunca houve a cena de Lutero salvando os padres das mãos enfurecidas do povo. Outra grossa mentira.
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