13:58h 12/09/2014
Meu nome é Rondinelly Rosa Ribeiro, sou ludoviscense, nascido em 07/07/1977. Tenho dois irmãos, minha mãe e meu pai são separados desde 1997, ela funcionária pública federal aposentada e ele aposentado pela Nestlé.
Sempre fui "católico", mas até 1999 somente ia às missas em épocas “festivas”. Lembro que cheguei a ficar três anos sem ir a missa alguma. Quando ia, até que gostava da celebração, mas não entendia nada do que se passava, não gostava do “senta-levanta” e achava suas músicas muito mal cantadas. Até que um fato mudou minha forma de ver o mundo católico. Após namorar por quatro anos, fiquei solteiro novamente e não demorou muito comecei a namorar uma garota evangélica, da igreja Sara Nossa Terra.
Ela não era muito compromissada com a igreja, daquelas protestantes “fanáticas”, mas era fiel aos cultos e queria que eu fosse junto. E eu ia, sem problema algum. E os cultos eram muito bons, apesar de nunca ter lido a Bíblia, somente folheado, conseguia entender um pouco do que falava o pastor. Lembro que ele certa vez pregou sobre a passagem que diz “tudo coopera para o bem dos que amam a Deus”.
Foi uma homilia muito boa, o povo levantando as mãos, as músicas que eles cantavam eram muito bonitas, a igreja era formada basicamente por jovens. Ela começou a se interessar mais pela igreja, e disse que ia entrar em uma “célula”, um modelo organizacional. Como eu não tinha ideia do que fosse isto, não fiz objeção nenhuma. Este foi o meu primeiro encontro com o protestantismo. Logo depois, dois meses de namoro, acabamos o relacionamento, por motivos outros... Mas não acabou por aí. Logo, logo comecei a namorar outra garota, evangélica. Felizmente, o namoro não durou muito, pouco mais de 1 mês.
Então busquei um novo relacionamento. Encontrei uma garota que iria, de fato, alterar minha relação com Deus. Alguma coisa Deus preparava para mim neste namoro. Ela era batista, fundamentalista! Cultos quase todos os dias, e aos domingos sem falta, leitura da bíblia em casa, estudo bíblico na igreja, visitar amigos da igreja, ir em shows... de grupos da igreja, encontros... da igreja. E assim por diante.
Desde o começo ela começou a me questionar sobre a doutrina católica. Começou pelas imagens, depois passou para o papado, nossa Senhora, cânon da Bíblia, santos, moral católica. Confesso que ainda era extremamente ignorante sobre a doutrina católica. Não conseguia, nem podia, defender a Igreja. Comecei ficar convencido do que ela falava, a pensar que era abominação possuir imagens, etc. Frequentei os cultos todos os domingos, ia à igreja de manhã cedo para uma oração que faziam, fui a um encontro nacional das igrejas assembléias de Deus. Aprendi a levar a Bíblia para o culto. Ela se alegrava comigo, com a minha evolução. Com o passar do tempo, comecei a pensar em uma possível conversão, um possível batismo "nas águas", pois pensava que a verdadeira igreja possuía o estilo que eu via na igreja dela. Estudavam muito a Bíblia, falavam sempre dela, tudo girava em torno da Bíblia, a Palavra de Deus. Ela sempre falava como se a moral protestante fosse seguida por todos os seus membros, enquanto que a moral católica é que seguia o que seus membros praticavam.
SENTIMENTO MATERNAL |
Entretanto eu via a minha mãe um tanto insatisfeita com minha atitude de ir todos os domingos a um culto protestante, e não à missa com ela. Isso ficava me impedindo de tomar uma decisão imediata pela conversão, pois sabia que a minha mãe, muito católica e devota de nossa Senhora, iria se entristecer muito com minha atitude. Fiquei, então, perguntando à minha namorada se eu poderia ser salvo se permanecesse na igreja católica e coisas desse tipo. Ela me respondia que a salvação é individual, mas é bom que estejamos na igreja certa. Muito bem, disse eu, será que a igreja dela é a igreja certa? Comecei a me interessar por “esse negócio de igreja”.
Comecei a ler a Bíblia todos os dias, partindo de Mateus. Nunca havia feito tal coisa, e toda noite, à luz de abajur, lia alguns capítulos. Era tão inexperiente que lia e não grifava nada, somente lia, parecido com um livro de histórias. Mas depois percebi a importância da leitura e comecei a grifar o que achava importante, e o que eu tinha dúvidas sobre doutrina, por exemplo: eu grifava Ex 20,4 e também Ex 25,18 e marcava um ponto de interrogação.E assim fui caminhando nos estudos. Comecei a ir à missa, para constatar se a Igreja Católica era errada de fato. Depois de anos, fui à missa por um mês seguido. Não deixei de ir aos cultos com minha namorada, mas a mentalidade e o conhecimento já era outro. Ia às missas pela manhã e aos cultos à noite. Comprei alguns livros católicos, sobre doutrina católica. Lembro que o primeiro livro que me chamou a atenção foi o livro “Perguntas e Respostas sobre a Fé” do padre Alberto Gambarini. Lá eu pude ver as respostas sobre as imagens, sobre Maria, sobre a Bíblia, sobre o papa, sobre a Igreja, etc. mesmo sendo muito pouco, aquele livro me incentivou a descobrir mais sobre as respostas da igreja ao que escutava na igreja protestante.
Começei a conhecer pessoas, me enturmar na igreja, fui convidado a fazer parte de um grupo de oração. E vi que existiam católicos tão fervorosos quanto os protestantes do outro lado. Sendo que os protestantes haviam-me dito que tais católicos não existiam. Comecei a refutar as acusações da minha namorada sobre o que antes eu não sabia responder. Sobre Maria e sobre o Papa, por exemplo. Ela, logo percebi, não tinha muitas respostas. Ela, então, elaborou uma carta, refutando muitas doutrinas católicas, como o batismo de crianças, Maria, o Papa e as imagens. Eram sete páginas. Li tudo e disse pra mim mesmo que iria responder a esta carta. Foi a minha primeira pesquisa para refutar uma acusação protestante. Comprei outros livros de doutrina e comecei a ler sobre a minha possível resposta. Então fui convidado a fazer parte de um retiro espiritual, num mosteiro beneditino. Lá tive o primeiro contato com a espiritualidade da Renovação Carismática Católica. Eu fui batizado no Espírito Santo e repousei no Espírito neste evento. Foi uma descoberta de Deus muito grande para mim, o que me incentivou a ter o conhecimento necessário para, de fato, revelar que a Igreja Católica não poderia ser falsa, mas sim a única verdadeira. Neste retiro um irmão em Cristo me esclareceu muita coisa sobre a doutrina, e tinha agora boas fontes para responder à carta da minha namorada.
Elaborei uma resposta de doze páginas e entreguei em mãos. Não sei o que ela fez deste documento, mas a semente com certeza foi plantada, somente restaria conhecer a terra.
Não deixei de ir aos cultos, mas eu já debatia com ela de igual pra igual. Às vezes deixávamos de “namorar” para debater sobre Maria e sobre a Igreja Católica. Eu ia aos cultos e ficava escutando todas as acusações infundadas sobre a Igreja, e como já sabia responder a elas, depois dos cultos debatíamos de novo.
Então o namoro começou a esfriar. Comecei a me desinteressar pelos cultos, e comecei a tentar “converter” minha namorada. Ela concordou comigo sobre a possibilidade de as imagens serem feitas sem que as adorem, e concordou comigo também que a igreja dela ensinava o que era errado. Eu a pedia para rever sua escolha, mas ela preferiu as amizades firmes que fizera na igreja à sã doutrina da igreja católica. O namoro então acabou aí, após quase 6 meses.
Estava livre para retornar e me dedicar somente à igreja católica. Passei uns dez meses na igreja protestante, não fui “batizado nas águas”, graças a Deus, apesar de flertar com esta possibilidade. Mas Deus me trouxe de volta à Igreja fundada por seu Filho. Alguns protestantes dizem que eu não fui de fato um membro da igreja protestante. Que seja, não faço questão alguma de ser considerado "ex-protestante", mas não nego que em um dado momento estive alienado por esta doutrina que, apesar de apaixonante, é fruto de tradições meramente humanas.
Desde então me interesso pela apologia do catolicismo. Já debati com muitos protestantes sobre doutrina, e cada vez estudo mais sobre ela. Faço pesquisas constantes para me manter atualizado sobre os assuntos que abordamos nos textos e debates, pois como não possuo formação teológica, procuro compensar esta deficiência com pesquisas aprofundadas sobre todos os temas possíveis. Não sou um católico espiritualista, contemplativo, de oração com joelho no chão todos os dias, rezando sempre o terço, etc., muito pelo contrário, sou o pior dos pecadores. Minha tendência, pelo menos atualmente, é de estudar a doutrina da igreja, em paralelo à minha vida profissional, pois sou estudante de medicina em término do curso de graduação (formatura em janeiro de 2004).
Espero que todos também se interessem pela sã doutrina e que percebam que somente há uma fé e um só Senhor. Abraços a todos. Rondinelly Ribeiro.
Autor: Rondinelly Ribeiro
Fonte: Livro "Por que estes ex-Protestantes se tornaram Católicos!" de Jaime Francisco de Moura - 5.ª Edição - Editora ComDeus
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