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terça-feira, 21 de outubro de 2014

TESTEMUNHO - LUTERANO TORNA-SE CATÓLICO

Pode parecer um tanto longo caríssimos, mas vale a pena ler este testemunho de conversão!



Meu nome é Cristoph Klug. Nasci numa família luterana que pertence a essa denominação pelo menos desde meus tataravós, fui batizado bebê e nesta denominação fiquei até aos seis anos. Quando era criança, sempre achava tedioso ouvir o pastor falar lá do púlpito; não conseguia compreender aquelas palavras, claro. Após a morte de meu irmão, fato este que aconteceu em 1994, quando ele ia pra um retiro luterano por ocasião de sua confirmação, minha família se afastou e não tive por isso uma educação tão espiritual, mesmo que tenha sido conservadora. Aos onze anos meus pais perguntaram se eu queria fazer a confirmação, e concordei. Eu sempre havia sido muito rebelde, então não dava aquele valor necessário para que uma fé criasse raízes, e ela foi desaparecendo aos poucos.

Então deixei as questões espirituais totalmente de lado, sem concluir o catecismo. O período entre os 12 e 17 (2000-2005) foi de certo aprendizado e algumas descobertas, mas também de muito vazio e solidão. Fiquei entre o agnosticismo e o ateísmo. Durante esse tempo, senti-me confortado em minhas leituras, que eram um refúgio para minha solidão. Sem que as pessoas ao redor soubessem, o espiritual me atraía, sem perceber que ele se impregnava cada vez mais no fundo de minha alma. Pois bem, aos 17 anos, sempre lendo em romances e ouvindo pessoas católicas sobre a vivência cristã, acabei sendo convertido; sem pressão, essa transição se deu de forma suave. Devido à minha infância no luteranismo, voltei ao mesmo. Nessa época, eu pensava que a Igreja Luterana e a Católica eram a mesma coisa, ou pelo menos semelhantes na maior parte dos pontos de doutrina. Porém, luteranismo e catolicismo na realidade não eram tão próximos assim, e ao fazer o curso bíblico – necessário à recepção na Igreja Evangélica Luterana do Brasil –, minhas simpatias com relação a certos dogmas católicos e com a Virgem Maria acabaram criando alguns problemas. De certa forma sentia-me mal quando diziam que os católicos colocam Maria em pé de igualdade com Cristo, no sentido de idolatrá-la.
Afastei-me então (em janeiro de 2006), e fui procurar a Igreja Católica mais próxima. Cheguei a ir na secretaria da paróquia para pedir informações. Como minha mãe me informou erroneamente de que não havia programação (missas etc.) durante o carnaval pelo fato dos fiéis estarem em retiro, não cheguei a ir para uma missa. Mas de uma coisa me lembro muito bem: eu li um texto católico tratando nesse meio tempo sobre a Virgem Maria. Foi um lampejo de fé católica.

Ainda no ano de 2006, fiquei por alguns meses afastado de tudo. Mas finalmente fui recebido em outubro na IELB (Igreja Evangélica Luterana do Brasil), um ramo luterano do Sínodo de Missouri (EUA), de certa forma minimamente diferente da IECLB (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil), minha confissão de berço. Sentia certo receio de participar de uma igreja, por causa da péssima imagem que me era passada da religião, como se fosse um mar de legalismos, onde eu teria que abandonar todos os meus costumes, por mais “inofensivos” que fossem. Mas depois de me inteirar mais a respeito do que era recomendado/não recomendado, aceitei de bom coração fazer parte como um membro.

Desde então (2006-2011) passaram-se cinco anos, e foram acumulando-se questionamentos sobre questionamentos; algumas dúvidas eram satisfeitas, mas minha simpatia pelo catolicismo romano tradicional continuava, mesmo que meio reprimida. Confesso que muitas vezes sentia certo orgulho pelo grito de guerra luterano do “Sola Scriptura, Sola Gratia e Sola Fide” e não via qualquer problema nisso. Eu gostava de Martinho Lutero, tinha um grande respeito por ele, apesar de conhecer alguns erros de sua vida. Era a história que eu conhecia até então sobre a Reforma. Eu era um protestante devoto, não entendia algumas coisas do catolicismo, porém nunca fui um luterano truculento e orgulhoso. De certa forma sentia-me mal por dentro, quando o pastor se referia à Maria como sendo idolatrada pelos católicos; estranho, eu via nessa fala do pastor uma ofensa à Virgem Maria, à Mãe de Cristo, em vez de aos católicos. Além disso, determinadas coisas, determinados liberalismos por parte dos fiéis me fizeram ficar ainda mais incomodado sobre em que minha fé se baseava. Na versão do Credo se dizia “creio numa única Santa Igreja Cristã”; eu pensava: como podem ser verdadeiras as denominações batistas, presbiterianas, pentecostais entre outras, se digo que creio numa só? E a teoria da igreja invisível não colava muito, sinceramente.

Claro, prática e doutrina nem sempre andaram juntos, pois mesmo quando um determinado conjunto de doutrinas é correto, os que o seguem nem sempre conseguirão segui-lo com totalidade – essa era minha crença protestante. Mesmo assim, fui buscar referências a respeito do protestantismo, o seu contexto histórico e suas raízes, principalmente sobre Martinho Lutero. Certa vez fui pesquisar por curiosidade o Credo Apostólico, e descobri que havia uma outra “versão”, onde se dizia “Creio numa única Santa Igreja Católica”. Foi outro passo importante para os meus futuros questionamentos.

O ápice de tudo isso se deu nos festejos da Reforma Protestante de 29 de outubro de 2011. Sempre me parecia que eram feitos com mais empolgação que datas importantíssimas, como a Páscoa e o Natal. Outra coisa que acrescentou, mas que hoje não dou a mínima importância, foi quando fui ao culto do dia seguinte, no domingo do dia 30 de outubro de 2011. Uma moça estava do lado de fora, um pouco triste. Era pentecostal e noiva de um amigo luterano meu. Fiquei sabendo naquele mesmo dia que o pastor fez duras críticas à denominação dela, coisa que me indignou muito. Eu pensava: por quê não se concentrar na própria denominação? A realidade é que a denominação (seita) luterana perdia membros, e isso era uma estratégia medíocre de impedir essa derrocada. Enfim, naquele momento eu não sabia mais como estava a minha fé, apenas tinha certeza de que estava abalada. Mantive apenas minha fé na Santíssima Trindade e nada mais, e orava pedindo uma luz nas trevas, para que eu tivesse bastante calma, que as idéias clareassem, que tudo fosse resolvido prudentemente. Não havia possibilidade de continuar a frequentar esta denominação. Pesquisei sobre outras igrejas protestantes históricas (presbiteriana, batista, anglicana) – nunca cheguei a frequentar nenhuma delas, para que não houvesse o risco de adesão por coação –, mas muitas coisas não cabiam dentro da verdade de Cristo, ainda mais nestas, onde uma se difere da outra. Umas possuem sacramentos, outras, ordenanças; em uma as obras de certa forma são necessárias para a salvação, em outra apenas a fé basta; uma batiza apenas adultos, outra batiza também as criancinhas; em umas, Jesus é Deus, em outras foi apenas um homem, entre tantas e tantas discordâncias que existem. Insatisfeito, pesquisei por último sobre o Catolicismo (percebem como os protestantes são doutrinados de tal forma a ter uma aversão inconsciente ao catolicismo?), encontrando farto material em sítios de apologética, sempre lendo cada um dos lados opostos. Optei pelo antigo, pelo único, pelo universal. Optei pela Igreja Católica Apostólica Romana.

Pois bem, desde então (novembro de 2011) já fiz a abjuração do Luteranismo, passei pelo batismo sob-condição, fiz a confissão geral de meus pecados, recebi a primeira Eucaristia e o santo Sacramento da Crisma. Leio as Sagradas Escrituras, as obras dos Santos, o Catecismo, procurando sempre instruir-me na Fé.

“Eu seria louco se deixasse a Igreja Católica e voltasse ao reino da escravidão protestante.”
“Aprofundar o conhecimento acerca da história é abdicar do protestantismo.”
Beato Cardeal Newman, ex-anglicano.


Como anexo, a mensagem que escrevi ao meu então pastor:
Pr. Wesley,

Venho relatar uma decisão minha. Durante as festividades da "Reforma Protestante", algumas coisas começaram a me incomodar. Na verdade, este incômodo vem desde o momento em que conversei sobre algumas coisas relativas a fé católica durante o "Curso da Bíblia" em 2005/6. Talvez nunca tenha relatado, mas antes de minha conversão, em 2005, quanto mais evangélicos me afastavam de Nosso Senhor, mais católicos me incentivavam (de forma inocente) cada vez mais a voltar à Família de Deus. Eu havia voltado a me afastar no início de 2006, devido às questões doutrinárias, porém tive meus primeiros ataques de pânico; então voltei por pensar ser um "castigo de Deus". Já comecei a participar da IELB de forma errada, penso eu. Analisei dados sobre a Reforma e Lutero, as bases do ensino luterano no séc. XVI, principalmente o "Sola Fide" e o "Sola Scriptura", isso tanto de fontes católicas quanto protestantes, cada uma com uma informação diferente. Pois bem, me restava analisar qual poderia mais condizer com a realidade. Vi também sobre a formação do Cânon bíblico, suas motivações históricas e doutrinárias; pois então, acabei por decidir-me à Septuaginta, com os 7 livros não aceitos pelo Cânon hebraico. Adicionado a isso, refleti tentando ao máximo ter uma imparcialidade de doutrina sobre os aspectos tanto católicos quanto protestantes a respeito da Fé. Volto a ressaltar: há muito não me fixo numa congregação, nem as pessoas e nem mesmo a doutrina luterana me prendem à IELB.

Logicamente virão pessoas me questionar a respeito da intercessão dos santos, de Maria, do purgatório e a oração pelos mortos, entre outras questões doutrinárias adversas ao protestantismo. Ou talvez você mesmo possa pensar que isso possa ser algo temporário, de confusão, entre outras coisas. A única coisa que sei é que adiei uma decisão que tenho em meu ser há pelo menos quatro anos.

Estarei eternamente grato pela ajuda que tem me prestado há quase três anos. Deus fez grandes maravilhas em minha mente através de sua pessoa, juntamente com seus respectivos dons de aconselhamento. Obviamente irá desejar que eu repense a respeito de minha decisão, por poder tratar-se de uma atitude impulsiva (como muitas vezes tenho demonstrado). Bom, eu tinha meus medicamentos que influenciavam fortemente em minhas decisões, me deixavam rapidamente animado a fazer o que viesse em minha mente e que eu considerasse desejável. Há pelo menos três meses que não os uso, sem qualquer efeito negativo nos últimos tempos. Pude ficar mais calmo, repensar as minhas decisões e visões de mundo, de política e religião.

De qualquer forma, coloquei minha vida nas mãos de Deus, para que Ele me guie em seus caminhos e me conduza à vida eterna.

P.S.: Como aprendi há determinado tempo, as satisfações sobre minha vida devo dar somente a Deus. Porém tenho os amigos e minha família, portanto seria de muita insensatez ao menos informar a respeito de determinadas decisões que tomo. Como ressaltei sua importância em minha caminhada neste mundo corruptível, resolvi neste dia lhe informar a respeito, para que não chegue por outras pessoas.

Em Nosso Senhor Jesus Cristo,

Amém..


Autor:  Cristph Klug em 13 de novembro de 2011
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