EVANGÉLICO - Então o Sr. nega que haja erros ou inovações na Igreja católica?
RESPOSTA - Erros não há, pois onde está Cristo não pode haver erros, e Cristo está com sua Igreja: "Eu estarei convosco todos os dias..."
- Com a Igreja, mas não com o "romanismo".
Srs. chamam injuriosamente de Romanismo - então, o Romanismo não pode ter erros, pois com ele está Cristo, por ter sido a única sociedade religiosa-cristã que remonta aos tempos de Cristo, e de Cristo deve vir a Igreja dele, porque lhe fez promessas de perenidade.
- Mas nós viemos do tempo de Cristo também.
- Só se fossem encadernados na Bíblia ou encaixotados como múmias. Aliás, o autor da "Inovações do romanismo" diz que o protestantismo "atravessou os séculos como uma semente encontra na mão de uma múmia, a qual, foi tirada da sepultura em que jazeu muitos séculos, plantada, brotou".
- E diz lá também que antes não pôde brota por ser oprimida pelo romanismo.
- Por isso, não. Por não existir tal elemento é que foi. Em todos os séculos, houve revoltas contra a Igreja Católica. Até nos primeiros séculos. Temos os exemplos dos Ebionitas, Nicolaítas, Marcionita, Monotelitas, Monofisitas, Donatistas, Arianos, Nestorianos, Maniqueus, etc.
Santo Agostinho enumerou, em seu tempo, nada menos de 88 heresias contra a Igreja Católica. Se o protestantismo, de fato, existisse, como medraram as outras sementes contrárias à Igreja, podia perfeitamente ter brotado também. E, se não brotou, foi porque não existia. Esperou quinze séculos para brotar, porque a semente não veio da Bíblia, mas partiu de Martinho Lutero - o Pai.
- Mas a Igreja o teria perseguido.
- Não mais do que as outras seitas religiosas acatólicas, as quais, aliás, não foram perseguidas, mas acabaram por si mesmas por terem sido obra de homens. Só subsistem pequenas irmandades, como as dos Nestorianos e dos Caldeus. Se fossem obra, não se haveriam terminado, porque "a obras de Deus vence o mundo" disse Cristo.
- Mas o protestantismo aumenta.
- Mas o protestantismo aumenta.
- Aumenta, fragmentando-se em centenas de seitas. Se fosse sustentada por Deus, ficaria firme como o Pão de Açúcar, como a Igreja católica, e não se desmoronaria em mil seitas, desde o tempo de Lutero. O protestantismo é um reino dividido, um... saco de gatos, perdoe-me a comparação.
- Mas já lhe disse que entre as seitas protestantes há só pequenas diferenças, assim como nas ordens religiosas.
- Oportunamente provarei como não é verdade isso, pois no protestantismo há dogmas contra dogmas, verdades contra verdades. Mas voltemos agora à porta de entrada. Falou em erros do Romanismo.
- Sim, no Romanismo há erros.
- Na Igreja primitiva também houve erros?
- Só não houve erro até o sexto século. Até lá a Igreja foi pura. Perverteu-se depois que a Igreja Romana tomou o primado, no sexto século.
- Escute: quem é mais forte, Deus ou as criaturas?
- Deus
- É mais forte Satanás ou os homens?
- Satanás.
- E não jurou Jesus que suas palavras não voltariam atrás?
- Sim, quando disse: "passarão o céu e a terra, mas minha palavra, não"
- Pois não disse ele que Satanás nunca prevaleceria contra a sua Igreja?
- Disse com a expressão de que "as portas do inferno não prevalecerão contra ela" (Mt 16,18).
- E como é que os Srs. chamam a Cristo de mentiroso?
- Nós não o chamamos.
PERJURO |
- Mais do que isso, é perjuro.
- Pois bem, se Cristo disse que a sua Igreja não se perverteria, como seria possível que ela se pervertesse no sexto século, sem que ele fosse mentiroso?
- Perverteu-se a visível. Ficou pura a invisível, que depois ficou sendo a protestante.
- Protestante? Mas qual delas? É engraçado que centenas de seitas essencialmente diferentes digam o mesmo, cada qual puxando a brasa para a sua sardinha. Mas estão bem arranjadas, se se fiarem na igreja invisível que nunca existiu, nem existirá, a não ser no além.
- Como assim?
- Escute. Cristo era visível ou invisível?
- Visível.
- E os apóstolos?
- Visíveis.
- E os fiéis que se batizaram?
- Visíveis.
- E o que formava Cristo, os Apóstolos e os fiéis?
- A Igreja
- Pois o plano de Cristo era que assim mesmo continuasse. "Assim como meu pai me enviou eu vos envio a vós" (Jo 20,21). Ide e instruí a todos os povos (tradução literal é "ide e fazei discípulos")... eu estarei convosco todos os dias". Mas, com eles, como? como estavam, "Assim". Visíveis, portanto. Logo, visível é a Igreja das promessas de Cristo, visível deve ser a Igreja que atravessou os séculos.
- Entretanto, a Igreja visível fracassou. Os homens, papas e bispos, e perverteram.
- Logo, segundo o que diz o Sr., Cristo não passa de um mentiroso vulgar: promete e não cumpre.
- Deus me livre de afirmar tal coisa!
- Mas é a conclusão lógica do seu asserto.
- Como se explicam, então, as inovações,erros e desmandos do Romanismo?
INOVAÇÕES |
- Pelo jeito, o Sr. não nega as inovações.
- Não nego inovações "acidentais", mas nego as inovações "essenciais". O que se ensina e pratica na Igreja católica é essencialmente o que Cristo mandou se ensinasse e praticasse.
- Logo, há inovações no romanismo.
- Mas inovações acidentais e assim mesmo sancionadas por Cristo.
- Explique-se
- A Igreja de Cristo é uma sociedade, não acha?
- Perfeitmente.
- E em uma sociedade há chefes e súditos.
- Mas Cristo disse que todos somos igtuais, que os maiores devem se considerar como os menores.
- Mas isso não destrói a verdade de haver numa sociedade chefes e súditos (Cristo não é anarquista). As palavras de Cristo são normas pelas quais se devem nortear os chefes. E o próprio Cristo fala em maiores e menores, Logo, há "maiores", chefes.
- Qual nada, Cristo não falou em chefes.
- Uma sociedade sem chefes não é sociedade. É anarquia. Diga-me lá! Podiam os apóstolos desobedecer a Cristo e fazer como entendiam?
- Nunca!
- Logo, ele era o seu chefe. Logo, a Igreja era organizada de chefes e súditos, como todas as sociedades perfeitas.
- Admitimos. Ele disse: "Como meu Pai me enviou eu vos envio"
- E um chefe sem autoridade não é chefe. E, tendo autoridade, pode dar leis, para boa regulamentação da sociedade.
- Mas o chefe é ele mesmo.
- Invisível, sim. Mas, além disso, quis deixar outro visível. Assim como foi enviado, enviou...
- Evasivas do Romanismo.
- Podia fazê-lo ou não, se quisesse?
- Se quisesse, é claro, podia fazê-lo.
- E convinha ou não que o fizesse? Convinha ou não que continuasse a ser guiado por um seu substituto, a sociedade perfeita que ele regia de modo visível?
- ? (sacudindo os ombros).
- É claro, não quer condenar-se a si mesmo. Mas o caso é que ele o fez.
- Ah! Isso não, nunca o fez!
- Diga-me lá: de que elementos era constituído o rebanho de Cristo?
- Do povo fiel.
- Perfeitamente E, se Cristo se tivesse lembrado de pôr a alguém para capatazear este rebanho, que tal?
- O rebanho de Cristo seria o do capataz posto por ele.
- E fora deste rebanho não haveria rebanho de Cristo, pois não é?
- Perfeitamente.
- Pois, meu caro, no último capítulo de São João temos estas palavras de Criosto dirigidas a São Pedro? "Apascenta os meus cordeiros e as minha ovelhas" (Jo 21,15-18)
- A São Pedro, sim, mas não ao Papa.
- Ora, o apa não passa de um sucessor de Pedro. É o São Pedro prolongado através dos séculos.
- Mas São Pedro nunca esteve em Roma. Logo o Papa não pode ser o seu sucessor.
- Diga-me lá: onde morreu São Pedro?
- ? (interrogando com os olhos).
- Não convém sabê-lo. A história, entretanto, nos confirma que morreu no mesmo dia que São Paulo, sob Nero em Roma, no ano 67.
- Historiadores romanistas e parciais de certo.
- E mais os protestantes instruídos. Lutero e Calvino não negaram a estadia de São Pedro em Roma; antes, admitiam-na abertamente.
Lutero dia textualmente: "Todas as histórias unanimemente afirmam que Pedro foi o primeiro Papa de Roma". E Calvino "Não contesto que Pedro tenha estado e tenha morrido em Roma" (Instituta Vol. 2, p. 884).
E mais, ensina-o a Tradição em peso.
- Nós não admitimos a Tradição, já lho disse.
- Quando não lhes convém, mas, em todo o caso admitem a história e a arqueologia.
- Naturalmente.
- E a história não nega a estadia de Pedro em Roma?
- Os que tratam do assunto são unânimes em admitir a estadia de São Pedro em Roma.
-Por exemplo?
- Santo Irineu diz ser a Igreja Romana a "máxima" e fundada pelos Apóstolos Pedro e Paulo (Haeresis, 2,3-2).
Santo Inácio de Antioquia, escrevendo ao povo romano. dizia que não se podiam impor leis a Pedro e a Paulo (dos quais o povo romano tinha ouvido o Evangelho).
- Não nego inovações "acidentais", mas nego as inovações "essenciais". O que se ensina e pratica na Igreja católica é essencialmente o que Cristo mandou se ensinasse e praticasse.
- Logo, há inovações no romanismo.
- Mas inovações acidentais e assim mesmo sancionadas por Cristo.
- Explique-se
- A Igreja de Cristo é uma sociedade, não acha?
- Perfeitmente.
- E em uma sociedade há chefes e súditos.
- Mas Cristo disse que todos somos igtuais, que os maiores devem se considerar como os menores.
- Mas isso não destrói a verdade de haver numa sociedade chefes e súditos (Cristo não é anarquista). As palavras de Cristo são normas pelas quais se devem nortear os chefes. E o próprio Cristo fala em maiores e menores, Logo, há "maiores", chefes.
- Qual nada, Cristo não falou em chefes.
- Uma sociedade sem chefes não é sociedade. É anarquia. Diga-me lá! Podiam os apóstolos desobedecer a Cristo e fazer como entendiam?
- Nunca!
- Logo, ele era o seu chefe. Logo, a Igreja era organizada de chefes e súditos, como todas as sociedades perfeitas.
- Admitimos. Ele disse: "Como meu Pai me enviou eu vos envio"
- E um chefe sem autoridade não é chefe. E, tendo autoridade, pode dar leis, para boa regulamentação da sociedade.
- Perfeitamente.
- Pois bem, estas leis para boa regulamentação da sociedade cristã, os protestantes chamam erros, acréscimos, inovações. Que "fiasco"!
- Mas, alto lá, alto lá! Cristo não deixou substitutos.
- Julga, então, que deixasse acéfala a sua sociedade, que deixasse em anarquia a obra que lhe custou tantos suores e a própria vida?
- Invisível, sim. Mas, além disso, quis deixar outro visível. Assim como foi enviado, enviou...
- Evasivas do Romanismo.
- Podia fazê-lo ou não, se quisesse?
- Se quisesse, é claro, podia fazê-lo.
- E convinha ou não que o fizesse? Convinha ou não que continuasse a ser guiado por um seu substituto, a sociedade perfeita que ele regia de modo visível?
- ? (sacudindo os ombros).
- É claro, não quer condenar-se a si mesmo. Mas o caso é que ele o fez.
- Ah! Isso não, nunca o fez!
- Diga-me lá: de que elementos era constituído o rebanho de Cristo?
- Do povo fiel.
- Perfeitamente E, se Cristo se tivesse lembrado de pôr a alguém para capatazear este rebanho, que tal?
- O rebanho de Cristo seria o do capataz posto por ele.
- E fora deste rebanho não haveria rebanho de Cristo, pois não é?
- Perfeitamente.
Apascenta meus cordeiros: apascenta minhas ovelhas... |
- A São Pedro, sim, mas não ao Papa.
- Ora, o apa não passa de um sucessor de Pedro. É o São Pedro prolongado através dos séculos.
- Mas São Pedro nunca esteve em Roma. Logo o Papa não pode ser o seu sucessor.
- Diga-me lá: onde morreu São Pedro?
- ? (interrogando com os olhos).
- Não convém sabê-lo. A história, entretanto, nos confirma que morreu no mesmo dia que São Paulo, sob Nero em Roma, no ano 67.
- E mais os protestantes instruídos. Lutero e Calvino não negaram a estadia de São Pedro em Roma; antes, admitiam-na abertamente.
Lutero dia textualmente: "Todas as histórias unanimemente afirmam que Pedro foi o primeiro Papa de Roma". E Calvino "Não contesto que Pedro tenha estado e tenha morrido em Roma" (Instituta Vol. 2, p. 884).
E mais, ensina-o a Tradição em peso.
- Nós não admitimos a Tradição, já lho disse.
Aqui é a entrada da prisão onde São Pedro e São Paulo encontraram-se presos antes do martírio. É a Prisão Mamertina, hoje feita igreja. |
- Quando não lhes convém, mas, em todo o caso admitem a história e a arqueologia.
- Naturalmente.
- Pois bem. Há dois anos desenterrou-se em Roma uma casa dos tempos antigos e na parede se achou uma inscrição: "Nesta casa foram hospedados Pedro e Paulo". E assim rezam outros documentos. A própria mesinha em que São Pedro oferecia o Santo Sacrifício da missa ainda se conserva em Roma.
- Mas tudo isso ode ser invencionice.
- Mas é de admirar que ninguém durante mais de dezenove séculos se lembrasse de negar a estadia de São Pedro em Roma. Todos a admitiam É que só agora apareceu a conveniência de negá-la... Entretanto, os homens de estudo não a negavam e acrescentam que só os ignorantes a podem negar. (Vede em Dr. Júlio Matti - metodista, num opúsculo publicado em Garibaldi - RS).
Logo, invencionice é a negação protestante.
- Mas eu queria que a Bíblia o dissesse para acreditar.
- Assim é que o Sr. não acredita que esteja no Brasil, se a Bpiblia não o disser? Essa é boa! |A Bíblia não pode dizer tudo. O que a Bíblia não diz, di-lo a razão, di-lo a história. Mas descanse. Casualmente a Bíblias também o diz. Ou, senão, diga-me lá: que é que significa a palavra Babilônia, no Apocalipse?
- Roma, por causa das sete colinas.
- Pois bem. São Pedro escreve sua carta desta Babilônia (1 Pe 5,13). Logo, esteve em Roma. Di-lo a Bíblia.
- E a história não nega a estadia de Pedro em Roma?
- Os que tratam do assunto são unânimes em admitir a estadia de São Pedro em Roma.
-Por exemplo?
- Santo Irineu diz ser a Igreja Romana a "máxima" e fundada pelos Apóstolos Pedro e Paulo (Haeresis, 2,3-2).
Traz mais a lista dos dirigentes da Igreja Romana desde São Pedro, até o Papa reinante no tempo dele, que era Santo Eleutério. Ao todo eram só doze. Eis a lista ascencional:
1) Eleutério
2) Sotero
3) Aniceto
4) Pio
5) Higino
6) Telésforo
7) Xisto
8) Alexandre
9) Evaristo
10) Clemente
11) Anacleto
12) Lino, o qual sucedeu a São Pedro Apóstolo.
Egésipo faz idêntica lista. O mesmo faz Eusébio.
Além de Eusébio, afirmam a estadia de São Pedro em Roma mais os seguintes historiadores:
Teodoreto: "... o grande apóstolo Pedro foi o primeiro que pregou os romanos a doutrina do Evangelho" ( in. cap. I. Ep. aos Rom.).
Santo Inácio de Antioquia, escrevendo ao povo romano. dizia que não se podiam impor leis a Pedro e a Paulo (dos quais o povo romano tinha ouvido o Evangelho).
São Jerônimo, escrevendo a São Dâmaso, Papa, diz: "Eu me estreito a Vosso Santidade que equivale à cátedra de Pedro. É esta a pedra sobre a qual Jesus Cristo fundou a sua Igreja. Seguro em vossa cátedra eu sigo a Jesus Cristo".
Xisto III: "O Beato Pedro transmitiu aos seus sucessores o que ele recebeu".
Fala nisto direta ou indiretamente mais Santo Epifânio, Osório, Pedro de Alexandria, Dionísio de Corinto, São João Crisóstomo, Papias, etc. Todos eles dos primeiros séculos do Cristianismo, formando a mais universal das tradições, a mais firme convicção histórica.
Logo, São Pedro esteve em Roma, e protestante algum poderá destruir esta verdade, tanto mais que seus dois primeiros fundadores e mais os modernos Hernack, Keller, Cave, Ducier, Schaff, Thiersch, Wiesinger, Ervald, Baur, Schwegler, próceres do protestantismo, o reconheceram.
Logo, São Pedro esteve em Roma, e protestante algum poderá destruir esta verdade, tanto mais que seus dois primeiros fundadores e mais os modernos Hernack, Keller, Cave, Ducier, Schaff, Thiersch, Wiesinger, Ervald, Baur, Schwegler, próceres do protestantismo, o reconheceram.
- Mas, mesmo admitindo a estadia de Pedro em Roma, os papas não se mostraram dignos do seu primeiro antecessor, por causa das inovações, erros e desmandos.
- Esses títulos honoríficos são gratuitos e irracionais. Diga lá quais são as pedras de escândalo que vê na Igreja Católica?
- Muitas. O Primado Romano começado em 605. O culto das imagens, a invocação da Virgem Maria e dos Santos; a confissão ao padre, fundada em 1215, o uso do rosário, fundado em 1090; a Ave-Maria, introduzida por João 22; a transubstanciação estabelecida em 1215; a processão do SSmo. fundada em 1360; o número sete dos sacramentos, estabelecido em 1547; o purgatório, a infalibilidade dos papas, o celibato dos padres, o ofício da Missa, fundado em 600, a Missa em latyim, ano 666. E outras.
- É a chapa gasta de todos os acatólicos. Acrescente ainda a troca do sábado pelo domingo...
- Não sou sabatista para criticar-lhe isso.
- Mas os sabatistas põem isso também no rol das inovações. Comecemos pelo primado. Aceita-o?
- Não. E dois Santos Padre certamente não falavam no Primado: Gelásio e Leão Magno.
- Está muito enganado.
Leão Magno entende melhor a Bíblia a bíblia dos protestantes. Afirma ele que, estando todos os Apóstolos em igual perigo, só por Pedro teve Jesus cuidado especial e pela fé dele foi que orou, como dizendo que o estado futuro dos mais seria garantido se a fé do chefe não fosse vencida.
A firmeza é concedida por Pedro aos mais Apóstolos. Diz mais que foi introduzida em Roma a Sé que governa o mundo por Pedro. Da Sé de Roma diz: "É a Sé que julga as mais e não é julgada por nenhuma... Por meio do bem-aventurado Príncipe dos Apóstolos, a Santa Igreja Romana possui o primado (primatus) sobre todas as igrejas do orbe terráqueo" (Ep. 45,4).
no concílio de Calcedônia, leu-se uma carta de Leão Magno e, tendo-a ouvido, os padres do concílio exclamaram: "Pedro falou por Leão".
no concílio de Calcedônia, leu-se uma carta de Leão Magno e, tendo-a ouvido, os padres do concílio exclamaram: "Pedro falou por Leão".
É este o parecer de Leão Magno, Papa.
- E Gelásio que diz?
- Na sua "Decretal", citada pelos protestantes contra o primado, diz: "Embora a Igreja universal seja um só tálamo de Cristo, contudo a Santa Igreja Romana é superior às outras igrejas, não por determinação sinodal, mas pela voz do Senhor e Salvador: Tu és Pedro - disse, e sobre esta Pedro edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; e eu te darei as chaves do reino dos céus e tudo o que ligar sobre a terra será ligado no céu e tudo o que desligares na terra será desligado no céu" (Mt 16, 18 e 19).
Acrescentou-se também a campanha de Paulo Apóstolo, vaso de eleição, que morreu gloriosamente no mesmo dia que Pedro, e não em diverso, como dizem os hereges: "... e em Roma, sob o imperador Neto... 'Logo, a primeira Sé é a de Pedro Apóstolo, a Igreja Romana, a qual não tem macha, nem ruga, nem coisa parecida' " (Gelásio - Decretal).
E assim interpretaram as palavras sagradas os antigo. Logo, o primado não é inovação do romanismo.
E é de notar que estes testemunhos são todos anterior ao ano 605. Para eles o primado da Igreja de Roma é coisa antiga e de instituição divina. E é de admirar que os protestantes não interpretam assim também a passagem escriturística supra citada por São Gelásio, eles que se julgam tão inteligentes e inspirados.
Mesmo autores que parecem faltar com o devido respeito ao Papa, não o fazem por negar-lhe a primazia, nem tão pouco por interpretar à moda protestante os textos sobre os quais se baseia o Primado, mas unicamente por se excederem. Mas retrataram o seu procedimento com palavras claras, como vimos há pouco. É que os antigos não tinham má fé e não tinham necessidade de terminar com o "Papismo" que eles consideravam nota distintiva da verdadeira Igreja de Jesus Cristo. Alguns. é verdade, interpretaram a passagem (Mt 16,18 e 19) no sentido protestântico, mas fizeram isso, porque não conheciam o aramaico, língua essa em que não existe a palavra Pedro, mas só pedra - Cefas -, sendo, portanto, impossível qualquer má interpretação. Mesmo assim, nenhum deles chegou a negar o primado, nem de Pedro, nem do Papa.
- Mas São Paulo não reconheceu o primado de Pedro, pois lhe resistiu e até o repreendeu.
- Mas São Paulo não reconheceu o primado de Pedro, pois lhe resistiu e até o repreendeu.
Assessores muitas vezes corrigem seus superiores |
- Mas isso são palavras de homens.
- De cuja autenticidade não se pode duvidar por serem de homens como Santo Epifânio e São João Crisóstomo.
-Mas, se a Bíblia se referisse a isso, seria melhor.
- E se refere. Veja lá:Gálatas 1,18. Aí São Paulo escreve: "Dali (Damasco) no fim de três anos, vim a Jerusalém, para ver a Pedro, e fiquei com ele quinze dias". Entendeu?
Foi a Jerusalém para visitar a Pedro. Diga-me lá: em geral, de quem parte a obrigação da visita: do inferior ou do superior?
- Geralmente do inferior.
- Logo, São Paulo, se reconhecia inferior a São Pedro. Ia vê-lo...
- Mas o primado de Diotrefes, foi condenado pela Bíblia (3Jo 9).
- Por ser um primado usurpado e não um primado fundado por Cristo, como o de Pedro.
- E, de fato, que era Diotrefes?
- Um João Ninguém. Como se arrogou, pois ele a primazia? Logo, fica de pé que Cristo concedeu o primado a Pedro e por ele aos seus sucessores; e que esse primado tem sido sempre, universalmente, reconhecido e respeitado. Logo,l não é inovação. Negá-lo é que seria.
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