João Marcos, o Evangelista (14 - 68)
Carismático evangelista de Cristo, judeu de uma tribo de Levi, inicialmente João depois tomou um nome romano, criador do gênero literário Evangelho como autor do segundo dos evangelhos sinóticos e considerado fundador da igreja do Egito e da cidade italiana de Veneza. A principal fonte de informações sobre sua vida está no livro Atos dos Apóstolos. Filho de Maria de Jerusalém e primo de Barnabé, não pertenceu ao grupo dos doze apóstolos originais. Foi convertido à fé cristã depois da morte de Jesus e batizado pelo próprio Pedro, que costumava frequentar a casa de seus pais, juntamente com Maria mãe de Jesus e outros cristãos primitivos. Assim já fazia parte de uma das primeiras famílias cristãs de Jerusalém, quando Paulo e Barnabé chegaram a Jerusalém (44) trazendo os auxílios da Igreja de Antioquia, na hoje Turquia.
Depois acompanhou Barnabé e Paulo na volta à Antioquia, em viagem missionária, onde atuou como auxiliar de Paulo, mas quando chegaram a Perge, na Panfília, desentendeu-se com o apóstolo, deixou-os e voltou para Jerusalém.
Depois, com Barnabé, embarcou para à ilha de Chipre (50), na sua primeira viagem apostólica, onde fundou Comunidades e depois foi para Roma, visitar e vencer suas mágoas com Paulo, prisioneiro naquela cidade.
Seu nome aparece nas epístolas de Paulo, que se refere a ele como um de seus colaboradores que enviavam saudações de Roma. Em Roma, trabalhou com Pedro durante um tempo considerável do seu ministério, gozando da sua íntima amizade, e auxiliando-o como seu intérprete ou secretário com Pedro, pois este, dirigindo-se aos fiéis do Ponto, da Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, saúda-as em nome do evangelista, a quem afetuosamente chamava de filho.
Neste período começou a escrever seu evangelho (56) com base nas pregações de Pedro, sendo o primeiro a tratar sobre a vida de Jesus, cronologicamente. É possível que tenha deixado Roma antes da perseguição de Nero (64), pois depois (67) o apóstolo de Tarso, prisioneiro pela segunda vez, escrevia a Timóteo pedindo-lhe que levasse consigo, de Éfeso para Roma, o seu discípulo e colaborador, já que este lhe era muito útil em seu ministério.
Passou difundindo seu evangelho por Chipre, na Ásia Menor e fixou-se no Egito, na cidade de Alexandria. Segundo a tradição, na cidade egípcia fundou e foi o primeiro Patriarca da Igreja Copta Egípcia. Após os martírios (67) de Pedro e Paulo, ele também foi martirizado em Alexandria, no dia da Páscoa, enquanto celebrava o santo sacrifício da missa, e teve seu corpo arrastado por uma parelha de cavalos, aos 54 anos.
Seu Evangelho, que teria sido concluído antes de sair de Roma (64), destinou-se aos cristãos provenientes do paganismo e tem um estilo simples e vigoroso e com seus 661 versículos. É o mais curto se comparado aos demais, mas traz uma visão toda especial, de quem conviveu e acompanhou a paixão de Jesus quando ainda era criança. Contou com maestria a vida do divino personagem que sequer chegou a conhecer, conseguindo narrar os milagres de Jesus de forma mais simples e clara.
No século II, o bispo Pápias de Hierápolis, Anatólia, afirmou que ele teria sido intérprete de Pedro. Embora sejam parcas as informações sobre o evangélico, é indiscutível sua importante participação nos primeiros tempos da igreja cristã.
Na Itália seu nome está ligado à cidade de Veneza, para onde mercadores venezianos provenientes de Alexandria, transportaram o que diziam ser as suas relíquias (828) e a cidade veneziana o tomou como padroeiro desde então. Seu símbolo como evangelista é o leão e a Igreja Católica festeja seu dia em 25 de abril, data em que o evangelista teria sido martirizado.
Getsêmani de nossos tempos. |
Alguns estudiosos defendem que a casa onde se celebrou a Última Ceia, quando Jesus instituiu a eucaristia, era a de seus pais e que o Jardim de Getsêmani pertencia a sua família. E que, também, foi naquela casa que os apóstolos receberam a visita do Espírito Santo, após a ressurreição.
OBS.: Os outros evangelhos sinóticos são os de Mateus e o de Lucas. Os três Evangelhos são assim chamados porque permitem uma vista de conjunto, dada a semelhança de suas versões e apresentam Jesus como uma personagem humana destacando-se dos comuns pelas suas ações milagrosas. O Quarto Evangelho, o de João, descreve um Jesus como um Messias com um carácter divino, que traz a redenção absoluta ao mundo, relatando a história de Jesus de um modo substancialmente diferente, pelo que não se enquadra nos sinópticos. Em bom português sinóptico vem do grego synoptikós, que significa de um só golpe de vista entender várias coisas. Relativo a sinopse; que tem forma de sinopse; resumido.
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