Relatos feitos pela confidente austríaca Maria Simma
"O purgatório se encontra em vários lugares", respondeu um dia Maria Simma. "As almas nunca estão "fora" do purgatório, mas "com" o purgatório". Maria Simma viu o purgatório de várias maneiras: Certa vez, viu-o de um modo, noutra vez de outro. No purgatório há uma grande multidão de almas; é um contínuo vai-e-vem. Viu, um dia, um número de almas absolutamente desconhecidas para ela. As que pecaram contra a fé tinham sobre o coração uma chama escura; as que pecaram contra a pureza, uma chama vermelha. Depois viu as almas em grupo: padres, religiosos, religiosas, viu católicos, protestantes, pagãos. Os católicos sofriam mais que os protestantes. Os pagãos, ao contrário, têm um purgatório mais suave, mas recebem menos socorros, e sua pena dura mais tempo. Os católicos recebem mais e são libertados mais rapidamente. Viu também muitos religiosos e religiosas que ali estavam por causa de sua tibieza na fé e pela falta de caridade.
Foi revelado a Maria Simma a maravilhosa harmonia que existe entre o amor e a justiça divina. Cada alma é punida segundo a natureza de suas culpas e o grau de apego ao pecado cometido.
Neste quadro representando o Purgatório, vemos as almas acorrentadas a seus pecados e paixões impedindo-as de subir ao céu. |
A intensidade dos sofrimentos não é a mesma para todas as almas. Algumas devem sofrer como se sofre na terra quando se vive uma vida dura , e devem esperar para contemplar Deus. Um dia de purgatório rigoroso é mais terrível que dez anos de purgatório leve. A duração das penas é muito variada. O padre de Colônia ficou no purgatório desde 555 até a festa da Ascensão de 1954; e se não fosse libertado pelos sofrimentos aceitos por Maria Simma, continuaria sofrendo intensamente e por longo tempo.
Há também almas que devem sofrer terrivelmente até o Juízo final. Outras têm apenas apenas meia hora de sofrimento, ou até menos: apenas "atravessam o purgatório", por assim dizer.
O demônio pode torturar as almas do purgatório, sobretudo as que foram causa de perdição eterna de outras.
As almas do purgatório sofrem com paciência admirável e louvam a misericórdia divina, graças à qual escaparam do inferno. Sabem que merecem sofrer e deplorar suas culpas. Suplicam a Maria, Mãe da misericórdia.
Maria Simma viu ainda muitas almas que esperavam o socorro da Mãe de Deus.
Quem pensa, em vida, que o purgatório seja pouca coisa e aproveita para pecar sofrerá duramente.
COMO PODEMOS AJUDAR AS ALMAS DO PURGATÓRIO?
Sobretudo com o sacrifício da Missa, que nada pode suprir.
Com sofrimentos expiatórios: sofrimentos físicos ou morais oferecidos pelas almas.
O terço é, depois da santa Missa, o meio mais eficaz para ajudar as almas do purgatório. Dá-lhes um grande alívio. Cada dia numerosas almas são libertadas por meio do terço, caso contrário teriam de sofrer longamente.
Também a via-sacra pode dar-lhes grande alívio.
As indulgências são de um imenso valor, dizem as almas. Elas são uma apropriação das satisfações oferecidas por Cristo a Deus, seu Pai. Quem, durante a vida terrena, ganhar muitas indulgências em favor dos defuntos, receberá, também, mais do que os outros na última hora, a graça de ganhar completamente a indulgência plenária concedida a todo cristão no momento da morte ("in articulo mortis"). É uma crueldade não usufruir destes tesouros da Igreja em favor das almas dos falecidos.
Vejamos: Se nos encontrássemos diante de uma montanha de moedas de ouro e se tivéssemos a possibilidade de pegar à vontade para socorrer pobres incapacitados de fazerem o mesmo, não seria cruel recusar-lhes esta ajuda? Em muitos lugares o uso das orações indulgenciadas diminui cada vez mais. Precisaria exortar mais os fiéis para esta prática devocional.
As esmolas e as boas obras, principalmente as ofertas em favor das Missões, ajudam as almas do purgatório.
Acender velas ajuda as almas: esta atenção de amor dá-lhes um auxílio moral e também porque as velas bentas iluminam as trevas em que se encontram as almas.
UM menino de onze anos da cidade de Kaiser pediu a Maria Simma que rezasse por ele. Estava no purgatório por Ter, no dia dos mortos apagado as velas que ardiam sobre os túmulos no cemitério e por Ter roubado a cera por divertimento. As velas bentas têm muito valor para as almas. No dia da Apresentação (2 de fevereiro) Maria Simma teve de acender duas velas por uma alma enquanto suportava grandes sofrimentos expiatórios por ela.
Jogar água benta mitiga as penas dos defuntos. Um dia, Maria Simma jogou água benta pelas almas. Uma voz lhe disse: "Mais ainda!"
Todos os meios não ajudam as almas da mesma maneira. Se, na vida, alguém teve pouca estima pela Missa, não aproveitará muito dela quando estiver no purgatório. Se alguém errou de coração durante a vida, recebe pouca ajuda. Os que pecaram difamando os outros devem expiar duramente seu pecado. Mas, quem teve bom coração em vida, recebe bastante ajuda.
Uma alma que negligenciara a assistência à santa Missa pôde pedir oito Missas para si, porque durante a sua vida mortal mandara celebrar oito Missas por uma alma do purgatório.
A VIRGEM MARIA E AS ALMAS DO PURGATÓRIO
Para as almas do purgatório, Maria é a Mãe da misericórdia. Quando seu nome ecoa no purgatório, as almas sentem uma grande alegria. Uma alma disse que Maria pedira a Jesus para libertar todas as almas que se encontravam no purgatório por ocasião da sua morte e assunção, e que Jesus atendera ao pedido de sua Mãe. Naquele dia as almas acompanharam Maria ao céu, porque ela fora coroada Mãe de misericórdia e Mãe da divina graça. No purgatório Maria distribui as graças segundo a vontade divina: ela passa com freqüência pelo purgatório. Isso é o que Maria Simma viu.
Extraído do livro: Maria Simma e as Almas do Purgatório
Fonte: Raínha Maria
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