Um dos fatos históricos que é um extremo inconveniente aos protestantes é o fato de que o cânon da Bíblia - a lista sagrada dos livros que fazem parte das Escrituras inspiradas - não fora definido até o final do século 4. Até esta data, havia larga discórdia sobre quais seriam os livros considerados inspirados e de origem apostólica. O cânon bíblico antigo variava de local a local: algumas listas continham livros que mais tarde foram reconhecidos como apócrifos, enquanto outras listas não traziam livros que hoje constam entre os livros canônicos. Por exemplo, existiam livros cristãos que eram considerados por alguns inspirados e apostólicos e que eram lidos nos cultos públicos, mas que foram mais tarde omitidos do Novo Testamento, entre eles, O Pastor de Hermas, Epístola de Barnabé, Didaché [18].
Somente nos Concílio de Roma (382), Hipona (393) e Cartago (397) podemos encontrar uma lista definitiva dos livros canônicos sendo descrita, e cada um destes concílios reconheceu a mesma lista do anterior [19]. A partir de então, não houveram mais disputas sobre o cânon bíblico, a única exceção ficando a cargo dos reformadores protestantes, que entraram em cena em 1517, inacreditáveis 11 séculos depois.
Mais uma vez, mais duas questões fundamentais porque alguém não deve buscar respostas que sejam consoantes com a Sola Scriptura: a) Quem ou o quê serviu como autoridade cristão final durante o tempo em que o Novo Testamento não tomou forma? b) E se havia alguma autoridade final que os protestantes reconhecem antes da definição do cânon, com que bases esta autoridade desapareceu uma vez que o cânon bíblico tenha sido fechado?
Fonte: Bíblia Católica online
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