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domingo, 13 de setembro de 2015

NÃO REZAVA AVE MARIA, NÃO COMUNGAVA NEM SE CONFESSAVA!


Eu não rezava Ave Maria, não comungava 

nem me confessava






Meu nome é Ângela, sou de Maceió, conheço a Comunidade Católica Shalom desde 2008, quando um amigo começou a trabalhar na mesma empresa que a minha. Ele me convidou a conhecer o Carisma e a participar de alguns cursos que a Missão do Shalom em Maceió oferecia.

Comecei a conhecer a Comunidade e participei de alguns eventos, mas achava aquilo tudo muito estranho, porque venho de uma família protestante e não entendia nada do que se passava lá.  Muitas vezes, eu me sentia um ‘peixinho fora d’agua’. Participei  de alguns grupos de oração e via todo o fervor dos jovens. Alguns oravam em línguas e repousavam no Espírito e eu deduzia que “algum espírito tinha se apossado deles”. Aquilo era tudo muito louco pra mim!

Afastei-me do grupo de oração e da comunidade, passei a frequentar outras igrejas protestantes, porém sentia um vazio imenso no meu coração. Quando eu chegava em casa, pedia a Deus de joelhos que me colocasse em alguma igreja na qual eu me sentisse bem e que eu pudesse ouvi-Lo.




Na minha casa, sempre escutei desde criança que a Igreja Católica não era a verdadeira igreja de Cristo, que Maria não é santa, que foi uma mulher comum na época, casou-se com José e teve mais filhos. Eu não rezava Ave Maria, não comungava, nem me confessava. Para meu pai, isso tudo era pecado e cresci com essa ideia protestante e passei, então, a ignorar a igreja de Cristo.
O tempo foi passando e aquele vazio me consumia. Eu era muito infeliz, não conhecia Jesus verdadeiramente. Eu achava que Deus tinha que se submeter aos meus pedidos, e que Ele nunca me escutava, que não me amava, que me rejeitava. Eu era realmente muito infeliz.
Minha mãe ficou doente, teve um câncer de mama e isso acabou comigo. Eu não sabia como lidar com aquilo; minha vida mudou totalmente, tive que cuidar dela, sustentar a casa, trabalhar e estudar. Não tinha repouso físico e não tinha maturidade espiritual pra lidar com aquilo. Desesperei-me, entrei em depressão, passei a culpar Deus por tudo aquilo que estava acontecendo comigo e só sabia murmurar, nunca Lhe agradecia.
Certo sábado, em 2010 (não me lembro o dia), fui convidada a ir a uma missa à noite na Missão daqui de Maceió e o padre proclamou que Deus estava curando uma mulher com câncer e outra que estava com uma leve depressão. Chorei muito, aquilo me tocou profundamente, mas fiquei muito desconfiada daquelas palavras e não fui mais ao Shalom. Meu coração era de pedra. Minha mãe foi curada do câncer e eu da minha depressão, mas depois desse dia não fui mais ao Centro de Evangelização. Fui infiel a Deus, mesmo depois de ter alcançado duas grandiosas graças. Isso era a real prova do amor e da misericórdia Dele por mim.




De 2010 a 2012, estive totalmente afastada de Deus. Passei a viver uma vida de festas, saídas a bares com minhas amigas, carnaval fora de época, festas e festas, mas nada daquilo me fazia feliz, um vazio imenso me consumia. Passei a ter vários conflitos com meu pai dentro de casa. Minha vida virou de cabeça pra baixo! Eu chegava em casa dessas festinhas e só chorava e chorava.
Em 2012, meu amigo, que era postulante na época, chamou-me para participar de um Seminário de Vida no Espírito Santo. Ele acompanhou toda minha trajetória de dor e de desamor para com Cristo; ele insistiu tanto que acabei aceitando o seu convite, pelo menos como troca de favores: ele me ajudava e eu acolhia seus convites.
Na adoração, eu fiquei assustada e pensei: “Meu Deus, como podem achar que Tu és um pedaço de hóstia?” Na verdade, na época eu achava que Jesus era o ostensório e estava querendo correr dali o mais rápido possível…
No segundo dia de Seminário, no  domingo, algo já estava “estranho” em mim, pois estava ansiosa para participar de tudo aquilo que achava “loucura”. Um irmão, no decorrer do Seminário, rezou em mim e, sem saber nada da minha vida, falou algo tão íntimo, de tanta importância para mim e muito doloroso, que só eu e Deus sabíamos. Como alguém poderia, então, falar algo daquela natureza? Muito estranho! No final do Seminário, uma vocacionada da comunidade me confirmou tudo aquilo que Deus falou, e ainda disse mais coisas, que fiquei impressionada. Ela dizia com voz suave que Maria nunca me havia rejeitado, apesar de eu não acreditar nela, que ela sempre havia olhado por mim e cuidava de mim como uma mãe cuidava de uma filha. Nesse momento, eu repousei no Espírito e foi um batismo derramado de graças e conversão ao catolicismo e, claro, com a intercessão de Maria.
A partir desse Seminário, passei a frequentar um grupo de oração da Comunidade, o Kairós, que foi o tempo realmente da graça em minha vida.  Iniciamos o estudo bíblico, o Kerigma, e hoje estou na fase Metanoia. Minha intimidade com Deus foi crescendo, os meus dons também. Hoje já tenho ministério, o Centro de Formação, onde já participei como núcleo em um curso de FB I, oferecido pela Comunidade.
Em 2013, participei do Encontro Vocacional Aberto. Respondi ao questionário, mas Deus, na sua infinita sabedoria e amor, disse que não era o tempo de trilhar o caminho vocacional. Impressionantemente, eu fiquei feliz com o “agora não” de Deus. O tempo passou e compreendi os motivos pelos quais Deus não permitiu que eu fizesse o vocacional em 2013. Foram os seguintes: Maria, Confissão, Eucaristia. Isso mesmo, foram esses os três motivos. Eu ainda não acreditava nesses dois sacramentos (Confissão e Eucaristia), e que a Mãe de Deus é santa, pura e imaculada. Como eu poderia trilhar um caminho vocacional com essas mentalidades protestantes? Deus estava querendo me formar com suas próprias mãos. E formou! Ele me deu uma experiência forte na Eucaristia, em que eu passei a acreditar que a hóstia sagrada é o próprio corpo de Jesus oferecido na Cruz; que o vinho, seu sangue derramado para a remissão da humanidade, e que Maria é a  mãe de Deus. Como eu podia pensar que ela era uma mulher como outra qualquer? Hoje eu a amo e sou consagrada a ela.
Eu não me confessava, pois tinha a convicção de que ninguém poderia perdoar pecados. Deus me deu a graça de acreditar na reconciliação, na purificação do meu coração através de uma confissão forte e concreta. Foi um dos fatos mais marcantes na minha vida. Deus concluía essa obra em 2014. No início deste mesmo ano, ingressei no Vocacional Shalom. Foi um ano de formação no amor e da eleição de Deus por mim.
Minha relação com meu pai mudou para melhor, minha família acolhe minha vocação e, hoje, tenho mais maturidade espiritual para responder aos questionamentos daqueles que não entendem esse chamado de Deus em minha vida.
“Eis-me aqui, Senhor, como tua vocacionada do ano de 2014, com todo o processo concluído do retiro final, pessoal e acompanhamento. Mais uma vez, Tu me confirmaste meu lugar dentro da Tua igreja. Sou muito feliz por ser católica, por ser Shalom, por ter pedido ingresso na Tua Comunidade. Espero em Ti, com meus olhos voltados pra Ti, pois Senhor, SER TODA TUA É A MINHA ALEGRIA, É A MINHA PAZ”.



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