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sábado, 25 de janeiro de 2014

SURPREENDENTE - MARIAM DE JESUS CRUCIFICADO, A CARISMÁTICA




Em 13 de novembro de 1983, o Papa João Paulo II beatificou Mariam Caouardi, que havia adotado o nome religioso de Mariam de Jesus Crucificado (186-1878). Ele a descreveu assim: "A pequena Mariam foi dotada de um interior extremamente límpido, uma viva inteligência natural e aquela imaginação poética que caracteriza os povos semitas... Graças a suas virtudes eminente, ela foi preenchida com o conhecimento do mistério trinitário... Seu exemplo vale não apenas para seu povo (da Galileia), mas par o mundo inteiro".


Hoje, gente sabe que esta humilde mulher do Oriente foi cumulada de um grande número de carismas, frequentemente entre os mais surpreendentes (visões, êxtases, profecias, curas, bilocações, transverberação etc.). Evidentemente não é nestas coisas extraordinárias que deve ser imitada, mas em sua maneira de se portar em relação a elas, uma maneira totalmente mariana vendo sempre em tudo o prazer do seu Senhor.

Décima terceira filha de uma família de catorze crianças, Mariam nasceu em 5 de janeiro de 1846 na vila de Abelin, ao sul do Líbano (20 Km a noroeste de Nazaré). Seus pais eram humildes e fervorosos católicos de rito greco-melquita. o seu nascimento, seus irmãos mais velhos estavam todos, infelizmente, já mortos. A infelicidade continuava a fustigar a família, pois ela ficou órfã desde a idade de 3 anos, ficando sozinha com Paulo, seu irmãozinho. Seu irmão foi adotado por uma tia materna e ela mesmo foi adotada por um tio paterno. Apesar de seu deseja, as duas crianças nunca mais se viram nesta terra.

Em 1854/55, a família paterna partiu para Alexandria. Mariam não foi mandada para a escola, mas somente educada nas tarefas domésticas. Em 1858, com a idade de 12 anos, ousou opor-se ao projeto de casamento concebido para ela por seu tio. Este, louco de raiva passou a tratá-la como a última das escravas.

Ficheiro:Macedonian Army Alexander.jpg
Alexandre Magno, fundador de Alexandria - Egito.

Tês meses mais tarde, Mariam começa a procurar seu irmãos e vem pedir ajuda a um antigo trabalhador doméstico da família, muçulmano, que logo a quis converter à força. Diante de sua recusa, o homem fica furioso, toma sua cimitarra e corta profundamente sua garganta. Pensando estar morta ele a envolveu em um grande véu e foi jogá-la em uma rua obscura. Uma religiosa vestida de azul a encontrou, levou-a a um gruta e lá se pôs a tratar dela com uma ciência e um amor fora do comum. Quando ela recuperou um pouco a saúde, a dama de azul lhe falou das realidades do céu, de seu curto futuro na terra, depois a conduziu a uma Igreja, onde a deixou definitivamente.

De 1859 a 1865, Mariam trabalhou como servente aqui e ali, peregrinando de cidade em cidade, depois de país em país. Trabalhando em Marseille havia dois anos, teve a felicidade de ser admitida, em 1865, como postulante ao noviciado das Irmãs de São José da Aparição. Em dois de maio de mesmo ano, ela recebeu a estigmatização visível, o que muito incomodou suas superioras e as convenceu de que ela deveria ser orientada, o quanto antes, para uma vocação puramente contemplativa e escondida. Em junho de 1867, ela seguiu sua mestra de noviças ao Carmelo de Pau, onde tomou o nome de Irmã Mariam de Jesus Crucificado. Em 24 de maio de 1868, ela recebeu, como Santa Teresa d'Ávila, a graça da transverberação do coração. Em agosto de 1870, ela partiu com cinco outras religiosas, para fundar um Carmelo em Mangalore, na Índia. Em 21 de novembro de 1870 ela faz sua profissão nessa cidade distante e um ano depois retorna a Pau.

Sua fama de santidade começa a se espalhar em toda a diocese: padres, bispos, sábios ou vizinhos camponeses vinham consultá-la. Para todos, ela tinha uma palavra, um conselho bem simples para dar. Sua grande recomendação frequentemente se resumia nestas palavras, que ela mesma vivia: "Desconfiem dos caminhos extraordinários e dos carismas que atraem para vocês a atenção dos outros, mas também a dos demônios. Cultivem sempre o gosto pelas coisas simples, justas e puras. O Espírito Santo ama repousar sobre corações retos e espíritos humilhados!" Em agosto de 1875, ela partiu novamente para outra fundação, desta vez em Belém. Ela co-dirigia os trabalhos e ajudava também concretamente os operários na obra. Em maio de 1878, em seu 33.º ano de vida, ela teve a consolação de fazer uma viagem à Galileia natal. Ela morreu em 26 de agosto do mesmo ano, de uma chaga gangrenada adquirida nas obras de seu Carmelo como, de resto ela havia predito a suas irmãs. Sua última palavra foi: "Misericórdia!". Irmã Mariam suportava seus carismas como um cruz, não lhes atribuindo qualquer importância, submetendo tudo à vontade de Deus e a de seus superiores. A uma delas confidenciou um dia: "Eu lamento de toda minha alma as pessoas conduzidas por caminhos extraordinários. A mim parece que andam sobre uma prancha colocada sobre as águas!". Em 1868, a Madre Priora do Carmelo de Pau confessou-lhe que não reconhecia em si qualquer iluminação particular para guiar religiosas "privilegiadas com grandes carismas". Irmã Mariam assegurou-lhe imediatamente, durante um êxtase: 

"Não tenha medo! Quando uma irmã vier dizer por exemplo: 'Minha Madre, durante a oração eu vi Jesus e a Virgem Maria, que me disseram tais e tais coisas', responda a esta irmã: 'Minha filha, aproveite bem do que você viu e escutou. Tão grande graça deve produzir muitos frutos. É por eles que você distinguirá se se trata de realidade ou de ilusão'. Se a irmã se retira contente depois que a senhora falar-lhe assim, tenha certeza: foi o céu quem lhe falou, mas se ela se retira triste, saiba que é obra do espírito do mal".

Podemos percebê-la integralmente no caso seguinte bem revelador de seu alto grau de discernimento espiritual. E, 1874, um bispo estrangeiro veio encontrá-la no parlatório do Carmelo de Pau e lhe fez este relato: "Minha irmã, em tal cidade da Itália eu pude contemplar maravilhas com uma mulher que tem êxtases. Esta mulher, algumas vezes, receba uma hóstia mística das mãos de um anjo. Escorre sangue de seu coração e se formam figuras, como por exemplo uma coroa de espinhos. Você poderia, eu peço, dar sua própria opinião acerca de tudo isso?". Inspirada, a estigmatizada que conversava com os anjos reagiu com prudência e se resguardou: ela pediu ao prelado alguns dias para refletir. Depois, disse-lhe: 

"Pedi a Nosso Senhor que me fizesse conhecer o que havia naquela pessoa. Ele me respondeu que, no começo era verdade as coisas extraordinárias, mas em seguida o diabo se misturou a elas. Atualmente tudo é demoníaco, até mesmo a comunhão mística. Entretanto, não vi que esta alma seja culpada nem mesmo afastada de Deus. Quanto ao senhor, Sr. Bispo, Jesus me encarregou de dizer-lhe: 'Não se fixe no extraordinário! Se alguém diz que a Santa Virgem aparece aqui ou ali, não vá lá, nem se preocupe. Una somente à fé, à Igreja, ao Evangelho. Se, ao contrário, o senhor vai atrás do extraordinário, aqui ou ali, sua fé enfraquecerá. Eu digo isso ao senhor da parte do Senhor". Este episódio é significativo sobre a maneira de agir dos grandes místicos: ao invés de empurrar os crentes para o extraordinário e para os sinais sensíveis, eles se esforçam por reavivar seu gosto pela vida de fé interior, pelas coisas simples e escondidas, com frequentemente o são os verdadeiramente felizes e as santidades autênticas. 

Irmã Mariam tinha gosto pelas coisas simples. Como fiel discípula do profeta Elias, refugiado no topo do Monte Carmelo, ela sabia reconhecer a presença do Espírito divino na brisa suave, não necessariamente no desencadeamento de manifestações extraordinárias. Ela sabia que as melhores graças são as mais escondidas, porque elas atingem s raízes da fé e do amor sobrenatural. Em um tempo em que o Espírito Santo era o grande desconhecido na Igreja latina, esta humilde carmelita Galileia foi ao mesmo tempo testemunha de sua ação e missionária de seu culto. Para ela, não há oração válida sem que este hóspede divino venha 'de uma mentira ou de outra'. Em 18 de maio de 1874, ela escutou uma voz celeste que dizia: "Se tu queres me conhecer e me seguir, invoca o Espírito Santo, que iluminou os discípulos e continua a iluminar todo aqueles que o invocam... Eu desejo ardentemente que os padres celebrem, a cada mês, um missa em sua honra. Graças serão então derramadas sobre estes padres e sobre os fiéis que se unirem às suas orações. Eles terão mais luz e paz. Graças de cura lhes serão concedidas. Sua consciência se tornará mais delicada e receptiva às inspirações do alto"

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